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Capital

Júri do procurador Zeolla, nesta terça, tem 10 testemunhas convocadas

Marta Ferreira | 20/06/2011 18:04
Procurador vai a júri nesta terça. Defesa diz que ele não tem condições de voltar ao convívio social. (Foto: Arquivo)
Procurador vai a júri nesta terça. Defesa diz que ele não tem condições de voltar ao convívio social. (Foto: Arquivo)

Cinco testemunhas da acusação e cinco da defesa foram convocadas para o julgamento, nesta terça-feira, do procurador aposentado Carlos Alberto Zeolla, 46 anos, réu por um dos crimes que mais chamaram a atenção nos últimos anos em Campo Grande, o assassinato de Cláudio Alexander Zeolla, de 23 anos. O julgamento começa às 8h no Fórum de Campo Grande.

O crime ocorreu no dia 3 de março de 2009, na rua Bahia, quando Cláudio Alexander Zeolla saía de uma academia e foi surpreendido com um tiro nas costas, dado pelo tio. Desde então, Zeolla está internado, em uma clínica para doentes de psiquiatria, onde cumpre a prisão determinada pela Justiça. Se depender do que afirma o advogado dele, Ricardo Trad, Zeolla vai continuar lá, mesmo que seja isentado pelo júri da culpa pela morte do sobrinho.

O criminalista afirma que nunca pediu que fosse concedida a liberdade ao cliente, por considerar que ele tem uma doença mental que o impede de ter ciência dos atos que comete.

Trad defende, inclusive, que o procurador,que estava na ativa quanto atirou no sobrinho, não deveria estar mais trabalhando. Ele foi diagnosticado como portador de transtorno bipolar.

O advogado lembrou que existem quatro laudos médicos no processo, apenas um deles considerando Zeolla imputável, ou seja, ciente do que fez.

Esse laudo, feito pela perícia designada pela Justiça, foi impugnado pela defesa e um outro laudo foi eleborado, pelo psiquiatra Guido Palomba. O resultado é que Zeolla é semi-imputável, ou seja, tem consciência parcial dos atos, e apresenta perigo para o convívio social.

Ricardo Trad diz que não tem cartas na manga para o júri. A argumentação dele é que Zeolla agiu sob emoção e que matou o sobrinho como reação à agressão ao pai do procurador, Américo Zeolla, que faleceu após o crime, e não tem consciência dos atos. Essa tese é defendida desde o início.

“Foi um crime passional”, defende o advogado.

O advogado cita um exame de ressonância magnética, que faz parte de um laudo neurológica, como prova do dano mental do procurador. Esse exame afirma que Zeolla tem perda de massa encefálica na região do lobo central.

Ele convocou para o plenário três procuradores de Justiça e dois funcionários que trabalharam com o réu.

Do outro lado-A acusação vai ser feita pelo promotor Fernando Zaupa. Ele foi procurado nesta tarde, mas informou que estava estudando o caso e não poderia falar.

Zaupa convocou 5 testemunhas para o crime, entre elas Natália Pereira dos Santos, que se apresentou como namorada de Cláudio Alexander e até entrou na Justiça pedindo indenização a Zeolla, inicialmente concedida e depois derrubada pela Justiça.

O promotor também requisitou a arma do crime e, segundo a reportagem apurou, vai reforçar a acusação de que Zeolla cometeu um homicídio qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima.

O procurador aposentado será julgado, ainda, por entregar direção de veículo automotor a pessoa sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação), o adolescente que virou testemunha do caso.

A acusação inicial era de crime duplamente qualificado, mas a defesa conseguiu retirar essa qualificadora, ao apresentar e ter acatado recurso no TJ.

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