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Capital

Procurador Zeolla vai ser julgado dia 21 de junho pela morte de sobrinho

Marta Ferreira | 27/05/2011 16:04
Zeolla vai a júri popular no Dia 21 de junho, em Campo Grande. (Foto: João Garrigó)
Zeolla vai a júri popular no Dia 21 de junho, em Campo Grande. (Foto: João Garrigó)

O juiz Alexandre Ito, da 1º Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande, marcou para o dia 21 de junho o julgamento do procurador aposentado Carlos Alberto Zeolla, pelo asssinato do sobrinho, Cláudio Alexander Zeolla, 23 anos, ocorrido em março de 2009.

Zeolla está preso desde o dia do crime em uma clínica para pacientes psiquiátricos.

Ele vai ser julgado por homicídio doloso qualificado pelo uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Também será julgado por entregar direção de veículo automotor a pessoa sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação), um adolescente que virou testemunha do caso, que atuava como motorista de Zeolla no dia do crime.

O jovem poderá ser ouvido durante a audiência de julgamento. Essa possibilidade foi citada em despacho que consta do processo, analisando a possibilidade de concessão de liberdade ao procurador.

A análise foi durante o mutirão carcerário e o entendimento foi de que Zeolla deveria ficar preso, por ter ameaçado a testemunha em situação anterior.

Tese da defesa-Durante o andamento do processo, a defesa de Zeolla alegou insanidade mental. Dois laudos sobre isso foram feitos.

O primeiro concluiu que o procurador sofre de transtorno bipolar, mas tem consciência sobre o ato criminoso. O segundo, elaborado pelo psiquiatra Guido Palomba, contratado pela defesa, indica que Zeolla é semi-imputável, ou seja, tem consciência parcial de seus atos, e apresenta alta periculosidade social.

A decisão do então juiz do caso, Carlos Alberto Garcete, foi de que o caso deveria ir a júri, a quem caberá decidir se o procurador tinha ou não consciência dos atos e pode ser punido pelo crime.

A defesa de Zeolla, a cargo do criminalista Ricardo Trad, apresentou diversos documentos durante o processo relatando problemas psicológicos do réu e ainda provas de que ajudou financeiramente o sobrinho, além de tê-lo auxiliado a conseguir emprego.

O principal argumento frente ao júri será o de que o procurador matou o sobrinho sob forte emoção, provocada pela revolta com a suposta agressão ao pai, de 87 anos.

O assassinato aconteceu no dia 3 de março de 2009, em frente a uma academia de ginástica, na rua Bahia, em Campo Grande, frequentada pela vítima.

O procurador esperou pelo sobrinho dentro de seu carro, um Fiesta, que era conduzido por um menor de idade, e atirou pelas costas. Foi preso logo no mesmo dia e acabou sendo aposentado compulsoriamente pelo Ministério Público Estadual.

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