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Capital

Juiz manda investigar sumiço de preso condenado a 80 anos

Laudelino Ferreira Vieira cumpria pena por tráfico de drogas, assassinato e roubo de aviões

Marta Ferreira | 08/06/2021 18:44
À direita na foto, "Máxima" fica no complexo na saída para Três Lagoas, e só tem uma saída na Rua Indianápolis. (Foto: Google Earth)
À direita na foto, "Máxima" fica no complexo na saída para Três Lagoas, e só tem uma saída na Rua Indianápolis. (Foto: Google Earth)

O juiz Fernando Chemin Cury, corregedor dos presídios em regime fechado de Campo Grande, determinou a abertura de investigação sobre o sumiço do detento Laudelino Ferreira Vieira, de 43 anos, condenado a mais de 80 anos de pena, que está foragido do EPJFC (Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho) desde 31 de maio. “Lino” trabalhava no setor de limpeza do presídio e não foi encontrado na hora do “confere” das 25 celas do pavilhão no qual cumpria pena.

Indagado sobre o assunto pela reportagem, o magistrado titular da 1ª Vara de Execução Penal,  informou a determinação de abertura de pedido de providências. É uma espécie de apuração preliminar, em que a Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário) vai ser ouvida sobre o desaparecimento do preso.

Depois, o documento ser encaminhado ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a quem cabe concluir os trabalhos, se for o caso, denunciar responsáveis por conivência ou facilitação da fuga. Esse crime especificamente tem pena prevista entre seis meses e dois anos.

Se houver envolvimento de servidor publicado, também pode haver enquadramento em corrupção passiva. O presídio só tem uma saída de serviço e dos presos, por isso é considerado improvável que alguém escape sem a participação de algum servidor.

"Lino" durante julgamento por ataque a policiais rodoviários federais. (Foto: Arquivo/Campo Grande News))
"Lino" durante julgamento por ataque a policiais rodoviários federais. (Foto: Arquivo/Campo Grande News))

Busca por imagens - Na semana passada, a Agepen informou estar investigando como tudo aconteceu. O serviço de monitoramento por câmeras de vídeo estava em rastreamento. Não há informações tornadas públicas sobre a identificação de movimentação de saída do preso, seja a pé ou em algum carro de serviço, como se suspeita.

Laudelino Ferreira Vieira tinha penas a cumprir por tráfico, roubo e homicídio. Em 2004, estava no grupo que invadiu empresa de táxi aéreo, roubou três aviões e matou o piloto e empresário Luís Fernando Carvalho, em Corumbá, fronteiriça à Bolívia.

Em 2006, envolveu-se em outro crime, quando policial militar acabou morto na estrada do Jacadigo, em meio a roubo de carro. Houve desacerto no grupo, do qual o PM participava e ele foi atingido pelos comparsas.

Em 2010, “Lino” acabou capturado, em outra ocorrência de vulto. Atirou em policiais rodoviários federais, foi ferido também, e sobreviveu.

Desde então, cumpria pena na "Máxima", de onde escapou sem deixar rastros.

A Polícia Civil também abriu inquérito sobre a fuga, mas ainda não deu informações sobre o andamento.



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