Juiz manda investigar sumiço de preso condenado a 80 anos
Laudelino Ferreira Vieira cumpria pena por tráfico de drogas, assassinato e roubo de aviões
O juiz Fernando Chemin Cury, corregedor dos presídios em regime fechado de Campo Grande, determinou a abertura de investigação sobre o sumiço do detento Laudelino Ferreira Vieira, de 43 anos, condenado a mais de 80 anos de pena, que está foragido do EPJFC (Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho) desde 31 de maio. “Lino” trabalhava no setor de limpeza do presídio e não foi encontrado na hora do “confere” das 25 celas do pavilhão no qual cumpria pena.
Indagado sobre o assunto pela reportagem, o magistrado titular da 1ª Vara de Execução Penal, informou a determinação de abertura de pedido de providências. É uma espécie de apuração preliminar, em que a Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário) vai ser ouvida sobre o desaparecimento do preso.
Depois, o documento ser encaminhado ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a quem cabe concluir os trabalhos, se for o caso, denunciar responsáveis por conivência ou facilitação da fuga. Esse crime especificamente tem pena prevista entre seis meses e dois anos.
Se houver envolvimento de servidor publicado, também pode haver enquadramento em corrupção passiva. O presídio só tem uma saída de serviço e dos presos, por isso é considerado improvável que alguém escape sem a participação de algum servidor.
Busca por imagens - Na semana passada, a Agepen informou estar investigando como tudo aconteceu. O serviço de monitoramento por câmeras de vídeo estava em rastreamento. Não há informações tornadas públicas sobre a identificação de movimentação de saída do preso, seja a pé ou em algum carro de serviço, como se suspeita.
Laudelino Ferreira Vieira tinha penas a cumprir por tráfico, roubo e homicídio. Em 2004, estava no grupo que invadiu empresa de táxi aéreo, roubou três aviões e matou o piloto e empresário Luís Fernando Carvalho, em Corumbá, fronteiriça à Bolívia.
Em 2006, envolveu-se em outro crime, quando policial militar acabou morto na estrada do Jacadigo, em meio a roubo de carro. Houve desacerto no grupo, do qual o PM participava e ele foi atingido pelos comparsas.
Em 2010, “Lino” acabou capturado, em outra ocorrência de vulto. Atirou em policiais rodoviários federais, foi ferido também, e sobreviveu.
Desde então, cumpria pena na "Máxima", de onde escapou sem deixar rastros.
A Polícia Civil também abriu inquérito sobre a fuga, mas ainda não deu informações sobre o andamento.