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Capital

Juiz marca audiência sobre maçaricos achados em veículo de morto por PRF

"Não se trata de uma agulha, de uma gota de sangue, ou de um fio de cabelo, que passara despercebido", diz juiz

Aline dos Santos | 29/03/2017 08:51
Caminhonete do comerciante foi apreendida desde 31 de dezembro. (Foto: Alcides Neto)
Caminhonete do comerciante foi apreendida desde 31 de dezembro. (Foto: Alcides Neto)

A Justiça marcou audiência para esclarecer as divergências sobre a aparição de dois maçaricos, com formato que lembra revólver, na caminhonete do comerciante Adriano Correia do Nascimento, morto pelo policial rodoviário federal Ricardo Moon após briga de trânsito em Campo Grande. A audiência será no dia 11 de abril.

No despacho, o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete, destaca a estranheza sobre a situação. “Isso porque não se trata de uma agulha, de uma gota de sangue, ou de um fio de cabelo, que passara despercebido e desapercebido pelo Perito Criminal, mas de dois flambadores grandes”, afirma. Adriano tinha dois restaurantes de comida japonesa.

Para o magistrado, o caso deve ser investigados para apurar responsabilidades e crime de fraude processual. A pedido do MPE (Ministério Público do Estado), serão ouvidos três peritos e dois delegados.

O veículo foi apreendido desde o dia do crime, 31 de dezembro de 2016, e estava no pátio da Coordenadoria Geral de Perícias, na avenida Senador Filinto Muller, Vila Ipiranga. Após ser alvo de duas perícias, em 31 de dezembro e 2 de janeiro, foram encontrados os novos objetos: dois maçaricos (flambadores de sushi) e duas garrafas de bebida alcoólica.

No procedimento administrativo, aberto pela coordenadoria, concluiu-se que as garrafas já estavam no veículo. Mas após a segunda perícia, foram acondicionadas em um saco de lixo junto com outros objetos. O invólucro foi colocado na carroceria.

No entanto, no dia 9 de janeiro, as garrafas voltaram a aparecer dentro da caminhonete. O veículo estava coberto com lona desde 4 de janeiro, quando foram encontrados os dois maçaricos no assoalho em frente ao banco do passageiro.

O juiz também deferiu o pedido de Marli Correia do Nascimento, mãe de Adriano, como assistente do MPE (Ministério Público Estadual) na acusação.

Caso - O comerciante, que conduzia uma caminhonete Toyota Hilux, foi morto na madrugada de 31 de dezembro de 2016, um sábado, na avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande.

Ricardo Moon foi denunciado por homicídio doloso contra Adriano e tentativa de homicídio contra Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos, passageiros da caminhonete. Ele foi preso por duas vezes, mas está em liberdade. Para a defesa do policial, os maçaricos sempre estiveram no veículo e foram ignorados pela perícia.

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