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Capital

Juiz ouve reclamações sobre comida azeda e falta de colchões em presídio

Presos também já encerraram a greve de fome; mulheres acampadas em frente ao local também se retiraram dali

Nyelder Rodrigues e Ana Paula Chuva | 19/02/2021 16:30
Movimentação é tranquila em frente ao presídio nesta tarde (Foto: Ana Paula Chuva)
Movimentação é tranquila em frente ao presídio nesta tarde (Foto: Ana Paula Chuva)

Problemas como entrega de comida azeda para os 550 detentos que cumprem pena na Penitenciária de Regime Fechado da Gameleira e falta de colchões para todos que estão ali foram relatados para o juiz corregedor Fernando Cury durante a visita realizada por ele ao presídio, na tarde desta sexta-feira (19).

Cury foi escoltado por policiais do Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar), que não precisaram realizar o trabalho de pente-fino para encontrar objetos que possam ter entrado ilegalmente na unidade prisional.

"A situação está tranquila lá dentro. Ouvi as reivindicações e eles reclamaram qda falta de colchões. Realmente faltam alguns e a Agepen vai providenciar já na semana que vem. Eles também falaram que há problemas com comida azeda algumas vezes. Isso vamos averiguar com a empresa para solucionar", explica Fernando Cury.

O juiz frisa que não há superlotação no presídio, que conta com celas com capacidade para seis presos. "Há cama para todos ali e o clima agora é calmo", destaca. Após a visita de Cury, as mulheres que estavam em frente à Gameleira acampadas também decidiram ir embora. Hoje, 22 mulheres ficaram no local.

A manifestação foi iniciada por faccionados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), descontentes com várias situações no presídio, inaugurado em 2019 e conhecido como 'Supermáxima' pelo maior rigor e dificuldade na entrada de objetos.

Antes da visita do juiz, pela manhã, três defensores públicos foram até o local, após ficarem sabendo das suspeitas de violação dos direitos humanos. Conforme o defensor Cahue Duarte será averiguado as denuncias de tortura, má qualidade da alimentação e falta de atendimento médico, por exemplo.

Ontem (18), quatro advogados foram até a penitenciária para conversar e ouvir as reivindicações do grupo grevista, recebendo um "dossiê", como explicou o advogado Paulo Macena à reportagem do Campo Grande News.

O documento seria protocolado hoje na comissão de Direitos Humanos da seccional local da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A greve de fome também foi encerrada após seis dias e enfraquecimento, com a redução dos integrantes.

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