Justiça bloqueia mais R$ 90 milhões em bens de reús da Sangue Frio
Adalberto Siufi e mais três acusados de participação em esquema de desvio de recursos tiveram R$ 116 milhões ‘sequestrados’ do patrimônio
A Justiça Federal determinou o aumento de R$ 29 milhões para R$ 116 milhões no bloqueio de bens dos réus alvos da Operação Sangue Frio. Conforme a decisão, o patrimônio do médico Adalberto Abrão Siufi, da filha dele Betina Moraes Siufi Hilgert e de outros dois integrantes da Fundação Carmem Prudente, Issamir Farias Saffar e Blener Zan, não pode ser vendido ou doado, a fim de garantir em caso de condenação, que eles façam o ressarcimento dos cofres públicos.
O pedido de revisão do bloqueio de bens foi feito pelo MPF (Ministério Público Federal) após análise feita por peritos da Polícia Federal e auditores da CGU (Controladoria Geral da União) em documentos apreendidos durante a operação. A investigação aponta que os quatro réus foram responsáveis por desvios de recursos do Hospital de Câncer Alfredo Abrão que somam R$ 27 milhões.
No pedido, a Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul, o bloqueio de bens garante a possível aplicação de uma multa civil, que pode ser de três vezes o valor do dano, além da atualização monetária.
Cálculos – A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 29.025.657,14 de cada réu - R$ 116.102.628,59 no total.
De acordo com o MPF, em junho de 2014, a Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 51.381.369,79 nas contas dos acusados. Os réus recorreram ao TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que diminuiu a restrição patrimonial de cada um deles para R$ 6.344.249,99 – R$ 25.376.999,96 – e foi quando a procuradoria decidiu ir à Justiça novamente para pedir o aumento do montante.
Sangue Frio – Dentre as irregularidades apuradas pela operação, está a contratação de empresas prestadoras de serviço que são de propriedade dos diretores ou vinculados à família de Adalberto Siufi.
Além disso, os quatro réus, que eram integrantes da direção do HC e da fundação que administra a instituição de saúde filantrópica, são acusados de contratar familiares para ocupar altos cargos.
O hospital, sob o comando do grupo, também teria cobrado do SUS (Sistema Único de Saúde) procedimentos de alto custo após o óbito dos pacientes. Outros indícios de superfaturamento foram apurados.