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Capital

Justiça determina sigilo a processo de milícia que tem até dossiê feito por PF

Laudo mostrou que pen drive apreendido com Marcelo Rios tinha dossiê sobre um fazendeiro, pesquisado por PF

Aline dos Santos | 13/08/2019 11:47
Documento anexado a processo, que agora está em sigilo,  mostra que pen drive tinha dossiê sobre produtor rural. (Foto: Reprodução)
Documento anexado a processo, que agora está em sigilo, mostra que pen drive tinha dossiê sobre produtor rural. (Foto: Reprodução)

O processo em que o guarda municipal Marcelo Rios é réu por posse de arsenal entrou em segredo de Justiça. Desde a prisão do guarda, em 19 de maio, o procedimento era aberto à consulta pública e recebeu, no dia 5 de julho, laudo mostrando que o pen drive apreendido com Marcelo tinha dossiê sobre um fazendeiro, sendo a pesquisa feita por Everaldo Monteiro de Assis. O Campo Grande News apurou que Assis é policial federal aposentado e divulgou a informação no dia 8 de julho.

Conforme apurado pela reportagem, uma das alegações para o segredo de Justiça é a entrada de informações com quebra de sigilos telefônicos. De acordo com o delegado Fábio Peró, do Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), o pedido de segredo não partiu da força-tarefa, que prendeu Marcelo e apura se há ligação entre o arsenal e três execuções em Campo Grande.

Ao denunciar o guarda à Justiça pela posse as armas, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), braço do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), apontou que "não passa despercebido que várias das execuções ocorridas recentemente em Campo Grande foram perpetradas com fuzis calibre .762, que é uns dos apreendidos em poder do denunciado".

Foram três mortes com fuzil AK47: Ilson Martins de Figueiredo (policial militar reformado e então chefe da segurança da Assembleia Legislativa), Orlando da Silva Fernandes (ex-segurança do narcotraficante Jorge Rafaat) e universitário Matheus Coutinho Xavier (a suspeita é de que o alvo fosse seu pai, um policial militar reformado).

O armamento e as munições foram remetidos à Polícia Federal para exames de eficiência, coleta de material genético, levantamento de impressão papiloscópica e confronto com os estojos e projéteis recolhidos nos locais das execuções Conforme Peró, os laudos ainda não estão prontos.

O levantamento técnico inclui busca por material genético (suor, cabelo) em todas as armas, munições, bandoleiras (faixa transversal que segura o fuzil), mochila e bolsas táticas apreendidas.

Dossiê - No meio das armas, havia um pen drive com dossiê sobre o produtor rural Edivaldo Francischinelli. O pecuarista tem negócios nos municípios de Bonito, Jardim e Maracaju. Imagens guardadas no pen drive mostram consulta sobre ele ao Renach (Registro Nacional de Carteira de Habilitação), Receita Federal e Sinic (Sistema de Informações Criminais). A reportagem não conseguiu contato com Francischinelli.

Na ocasião, o posicionamento da Polícia Federal foi de que a instituição “não se pronuncia sobre investigações em andamento”.

Arsenal foi apreendido com guarda municipal em 19 de maio. (Foto: Clayton Neves)
Arsenal foi apreendido com guarda municipal em 19 de maio. (Foto: Clayton Neves)
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