ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, QUARTA  25    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Justiça manda PF apurar suspeita de sonegação por juiz do “balcão de negócios”

Magistrado foi punido com aposentadoria de R$ 28 mil pelo TJ-MS

Aline dos Santos | 05/06/2023 09:42
Juiz Aldo foi aposentado compulsoriamente pelo TJ em fevereiro de 2022. (Foto: Reprodução)
Juiz Aldo foi aposentado compulsoriamente pelo TJ em fevereiro de 2022. (Foto: Reprodução)

Após o pedido de investigação perambular por várias instâncias do Poder Judiciário, a 5ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande bateu o martelo: caberá a ela analisar a suspeita de crime contra a ordem tributária (sonegação no Imposto de Renda), que recai sobre o juiz aposentado Aldo Ferreira da Silva Júnior. O próximo passo é que a PF (Polícia Federal) faça as diligências requisitadas pelo MPF (Ministério Público Federal)

Antes de ser punido pelo TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso Sul) com aposentadoria, que lhe assegura remuneração mensal de R$ 28 mil, o magistrado ficou cinco anos afastado após denúncia de transformar o Judiciário num “balcão de negócios”.

Conforme o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o juiz usava laranjas para esconder a receita de suas transações do controle do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Nesta segunda-feira (dia 5), a Justiça Federal publicou despacho sobre a definição da Vara que ficará com o caso relativo a suspeita de sonegação. De acordo com o documento, trata-se de inquérito policial instaurado para apurar a prática, em tese, de crime contra a ordem tributária, previsto na Lei 8.137/90.

Inicialmente, a representação tramitou no TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), pois o investigado detinha foro privilegiado por prerrogativa de função. Mas o relator declarou incompetência e remeteu os autos para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Com a aposentadoria do magistrado, em fevereiro do ano passado, houve declínio de competência para a 4ª Vara Criminal de Campo Grande. Que, por sua vez, repassou o caso para a Justiça Federal, por tratar-se de apuração de possível crime contra a ordem tributária nacional.

Agora, a 5ª Vara da Justiça Federal determinou encaminhamento de informações à Receita Federal de Cuiabá (Mato Grosso) e que os autos sejam encaminhados à Polícia Federal para cumprir diligências solicitadas pelo MPF.

"Oportunamente, após a efetivação das diligências requeridas pelo Ministério Público Federal pela Polícia Federal, dado que poderá subsidiar a decisão, será apreciado o pedido da defesa do investigado”, informa o despacho.

A reportagem fez contato com a defesa do juiz aposentado, mas não recebeu retorno até a publicação da matéria.

Nos siga no Google Notícias