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Capital

Lar que atende crianças soropositivas fará atendimento em domicílio

Lar dos Sonhos Positivos decidiu ir até à casa das famílias e assim diminuir custos, para continuar acompanhando crianças e adolescentes

Tatiana Marin | 24/01/2019 16:59
Lar dos Sonhos Positivos. (Foto: Arquivo)
Lar dos Sonhos Positivos. (Foto: Arquivo)

O Lar dos Sonhos Positivos (mais conhecido por seu antigo nome Afrangel - Associação Franciscanas Angelinas) vai passar a fazer os atendimentos em domicílio para as crianças e adolescentes soropositivos. A decisão foi anunciada em reunião que aconteceu nesta quarta-feira (24) com entidades.

O motivo para a mudança é financeira. Com uma folha de pagamentos de cerca de R$ 80 mil e outros custos que elevam as despesas para mais de R$ 100 mil, as irmãs não conseguiram manter o funcionamento da entidade.

Até o ano passado, a instituição era responsável pelo transporte das crianças para unidades educacionais e para o lar, onde elas almoçavam, faziam atividades e recebiam atendimentos. Pela nova modalidade, os atendimentos serão feitos nas casas das crianças e adolescentes.

“Iremos fazer visita domiciliar, dentro do que é possível e as famílias permitirem. Vamos verificar se a criança se alimenta, se toma remédio. essas questões são fundamentais. Iremos ver se vai na escola. As assistentes sociais já foram até às secretarias de educação e verificaram que as crianças estão matriculadas”, explicou a irmã Marisa Zanotto, coordenadora do lar.

Além disso, a entidade irá atender as famílias uma vez por mês, todas as terceiras terças-feiras. Nestas oportunidades as irmãs irão distribuir cestas-básicas e profissionais farão orientações específicas. Outra intenção é manter mensalmente um dia lúdico para as crianças nas dependências da instituição.

O presidente Comissão dos Direitos da Criança e Adolescente da A OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil/Seção Mato Grosso do Sul), Elton Nasser, acompanhou a reunião e afirmou que vai prestar auxílio a esta transição. “Vamos fazer estudo da situação e uma análise jurídica, além de verificar o cumprimento das regras da constituição e dos dever do município e estado em relação à entidade”, disse Elton. A comissão deve acionar a Promotoria da Criança e do Adolescente para acompanhar a situação.

“A sociedade civil tem que ajudar, mas também é dever do poder público auxiliar as entidades de assistência”, completou o advogado. Segundo ele, apesar de a entidade ter encontrado uma alternativa de diminuir os custos para continuar atendendo, o problema não acabou e o Lar ainda precisa de ajuda.

“A casa continua recebendo doações em dinheiro ou depósito, nos modos que a lei permitir, além da doação de alimentos, material de higiene, roupas e utensílios para o nosso bazar que sempre traz recurso. Apesar da troca de modalidade, iremos manter alguns funcionários”, explica irmã Marisa.

Nova abordagem - Com a visita às famílias em suas casas, a irmã Marisa diz que é possível que haja uma penetração maior do trabalho do Lar. “Ao visitar as crianças, acreditamos que podemos atingir a mais crianças e famílias, dentro dos bairros todos se conhecem. Poderemos alcançar mais pessoas soropositivos, pois normalmente não se manifestam. As famílias que já atendemos eram apresentadas por hospitais e pelos conselhos”, afirma.

“Foi uma escolha corajosa, mas está dentro do que poderíamos fazer no momento. Sentimos muito de ter feito, mas a solução é definitiva e irrevogável, já que há anos já estávamos denunciando a situação financeira”, pontua.

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