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Capital

Laudo indica morte no banheiro de motel e suspeita sobre versão de presa

O assassinato de Daniel Nantes Abuchaim, em novembro de 2018, ganha alguns esclarecimentos com a perícia e reconstituição

Aline dos Santos | 08/04/2019 12:14
Reprodução simulada mostra crime sob a perspectiva de Fernanda, que conta ter ficado na porta do banheiro. (Foto: Reprodução)
Reprodução simulada mostra crime sob a perspectiva de Fernanda, que conta ter ficado na porta do banheiro. (Foto: Reprodução)

Crime com várias versões, o assassinato de Daniel Nantes Abuchaim, 46 anos, ex-superintendente de gestão de informação da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), ganha alguns esclarecimentos com a perícia e reconstituição dos fatos.

Conforme laudo do Instituto de Criminalística, anexado ao processo, a geometria das manchas (esfregaços e arrasto) indica que a vítima foi morta dentro do box do chuveiro e arrastada até a garagem.

O quarto do motel, localizado no Jardim Noroeste, em Campo Grande, foi encontrado limpo pela perícia no dia 19 de novembro do ano passado, logo após o achado do cadáver, que foi desovado às margens de uma estrada vicinal no Jardim Veraneio.

Conforme informação de funcionário, o quarto não passou por limpeza da equipe do motel que aguardou a chegada da polícia. Mas, por meio de quimioluminescência, uso de luminol em locais de crime, foram localizados indícios de sangue em pontos que vão do banheiro à garagem.

Na primeira versão para o crime, ao ser presa em 21 de novembro, a suspeita Fernanda Aparecida da Silva Sylverio disse que convidou a vítima para ir ao motel e o matou dentro do veículo, uma Pajero. A motivação era ele ter assediado a namorada de Fernanda. A versão logo foi alterada pela presa e, diante do laudo da perícia, se mostra mesmo sem fundamento.

A reprodução simulada do crime teve as versões com base nos depoimentos da camareira, recepcionista e segurança do motel, além de versões citadas por Fernanda. No depoimento da camareira, que também estava na portaria junto com a recepcionista, Daniel aparentava tranquilidade, fazendo carinho no cabelo da mulher, que conduzia a Pajero.

Fernanda esqueceu a chave, perguntou se poderia pagar antecipado e errou o número do quarto. Trinta e cinco minutos depois, a suspeita fez contato por telefone com a portaria e pediu para comprar uma toalha do motel.

Discussão - A presa relatou que primeiro foi abordada por um homem que procurava por Daniel e ele lhe deu as instruções de como agir no dia do crime. Segundo ela, o homem seguiu a Pajero num carro preto, modelo de luxo, e de forma abrupta entrou no veículo onde estava o casal, sendo reconhecido por Daniel.

Para entrar no motel, o homem se escondeu no banco traseiro da Pajero. Depois, no quarto, Fernanda conta que a discussão entre os homens incluía dívidas, talões de cheque e assuntos relacionados à politica.

Ela narra que ficou na porta do banheiro e assistiu ao crime, mas sem nenhuma participação. O homem teria arrastado sozinho o corpo de Daniel, morto a facadas, para a garagem. A reprodução do crime mostrou a dificuldade em uma única pessoa arrastar o corpo e que sangue encontrado na fechadura da porta indica a participação da presa, que afirma ter aberto a porta do quarto após o esfaqueamento.

Também havia sangue nas cédulas usadas por ela para pagar o motel. A presa foi transferida de Campo Grande para Corumbá e teve pedido de liberdade negado no mês passado, agora, a defesa pede habeas corpus ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

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