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Capital

Laudo psiquiátrico confirma versão da defesa de que Name tem doença mental

Documento foi anexado a processo em que é discutida a permanência do empresário em presídio de Mossoró

Marta Ferreira | 28/09/2020 19:07
Jamil Name com o uniforme do presídio federal de Mossoró durante audiência judicial. (Foto: Reprodução de vídeo)
Jamil Name com o uniforme do presídio federal de Mossoró durante audiência judicial. (Foto: Reprodução de vídeo)

O empresário Jamil Name, 81 anos, preso desde 27 de setembro do ano passado pela Operação Omertà, tem doença mental “crônica e incurável”.  É o que está escrito em laudo do psiquiatra Ernani Pinheiro, de Mossoró, no Rio Grande do Norte, onde fica o presídio federal de segurança máxima no qual o octagenário está desde 12 de outubro do ano passado.

Encontra-se totalmente incapacitado para os atos da vida civil”, define o médico sobre o empresário ao fim do documento anexado a processo em que está sendo discutida a permanência ou não do preso na unidade de Mossoró.

O entendimento do médico confirma a versão da família de Name, por meio dos advogados, de que ele deve ser declarado incapaz. A família pediu a interdição judicial dele depois de audiências em que ofereceu propina a magistrados e ameaçou policial integrante das investigações.

Como foi feito -Com data de 23 de setembro, o diagnóstico do médico tem base em videoconsulta feita no dia 4 de setembro. O profissional da Medicina diz que, além da conversa por vídeo, leu relatório do setor de psicologia do presídio e assistiu vídeos do paciente em ocasiões anteriores.

Para ele, Name não está “apenas senil” ou com sintomas decorrentes das questões existenciais diante da situação a que está submetido, como traz o texto. Na visão de Ernani Pinheiro, o quadro é de adoecimento mental.

Segundo descreve, o preso tem transtorno bipolar e dependência ativa de benzodiazepínicos, além de diabetes e hipertensão, já relatadas antes. O relatório médico fala em alternância entre estado depressivo e mania.

De acordo com o laudo, Jamil Name demonstrou não ter consciência de estar  doente. É relatado que ele tem problemas para dormir e se alimentar.

No relatório do setor de psicologia do presídio, a situação do preso também é relatada, com base em atendimento feito nolocal.


Jamil Name tem dificuldades características do envelhecimento, como em sua locomoção, audição e visão”, diz o documento. O idoso é traduzido como alguém que se mostra desanimado, mas sem pensamentos suicidas.

Encaminhamento – O laudo é resposta a pedido do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, responsável por ações derivadas da Omertà em que Jamil Name é réu, por crimes que vão de formação de milícia armada a tráfico de armas. Foi usado, também, para a manifestação dos advogados no pedido de renovação da permanência do preso em Mossoró, em trâmite na 1ª Vara da Execução Penal.

Em documento anterior, juiz federal Walter Nunes Filho, corregedor do presídio no RN afirmou que o prazo de inclusão de Name vence em 5 de outubro, semana que vem. Mas há uma segunda determinação para que o réu continue no sistema prisional federal, em razão de ser considerada perigosa sua volta para Mato Grosso do Sul.

O juiz responsável, Mário José Esbalqueiro, ainda não decidiu sobre o destino do preso, o que deve ocorrer nesta semana.

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