Maior casa de apoio a PCC tem aluguel de R$ 5 mil e PF vai verificar contratos
Investigações começaram em fevereiro, quando presos tentavam encomendar execução de agente do presídio federal
Num roteiro por seis endereços em Campo Grande, que vai de casas com piscina a pequenos imóveis, equipes da PF (Polícia Federal) apreenderam documentos, mídias eletrônicas e celulares em pontos de apoio a facções criminosas.
A estrutura, que acolhe parentes de internos da Penitenciária Federal, inclui um imóvel com piscina e cujo aluguel é de R$ 5 mil, localizado na Vila Bandeirantes. Os contratos de locação serão analisados na investigação. A lista de facções inclui PCC (Primeiro Comando da Capital), CV (Comando Vermelho), FDN (Família do Norte) e GDE (Guardiões do Estado), originária do Ceará.
De acordo com o delegado Alan Givigi, o maior imóvel, no momento das buscas, tinha seis mulheres além de crianças. Nesta madrugada, havia chegado uma pessoa vinda do Ceará. “A facção mostra que está tomando conta dos integrantes e da família”, diz.
Conforme o superintendente da Polícia Federal, Cleo Mazzotti, a ação não criminaliza os parentes, mas busca saber se recados são enviados do presídio para fora. Neste caso, a pessoa pode ser punida por integrar a facção. Os imóveis seguem em funcionamento. Além da Vila Bandeirantes, a PF divulgou que há casas no Jardim Leblon, Jardim Parati e Jardim Tijuca.
Sintonia final – A operação KRIMOJ (tradução de crime em Esperanto), realizada nesta quarta-feira, é resultado de investigações abertas em fevereiro deste ano, quando foi identificado bilhete, cuja intenção é de que um pedido saísse do presídio para a sintonia final, que corresponde ao comando do PCC. A solicitação era para autorizar a execução de agentes do presídio.
Segundo o diretor em exercício da Penitenciária Federal de Campo Grande, Marcelo Silva, desde 12 de fevereiro as visitas passaram a ser realizadas somente no parlatório, sem contato físico. As visitas íntimas são proibidas desde 2017.
O pedido autorizando assassinato seria uma retaliação. O crime era tramado por seis presos do PCC. A ação foi realizada em parceria com o Depen (Departamento Penitenciário Federal). Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 3ªVara da Justiça Federal de Campo Grande.