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Capital

Maior fiasco de água doce do mundo: obras do Aquário param de novo

Waldemar Gonçalves e Anahi Zurutuza | 02/08/2016 16:01
Material no chão no canteiro de obra do Aquário do Pantanal; nenhum funcionário trabalhando (Foto: Fernando Antunes)
Material no chão no canteiro de obra do Aquário do Pantanal; nenhum funcionário trabalhando (Foto: Fernando Antunes)

Com orçamento inflado em pelo menos R$ 150 milhões desde seu lançamento, em 2011, a obra do Aquário do Pantanal, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, está novamente parada.

Na tarde desta terça-feira (2), a informação na portaria é de que nenhum funcionário trabalha no canteiro. Lá dentro, impera o silêncio e uma pichação em vermelho no tapume resume o cenário: “cadê o Aquário”.

Dia 25 de julho, quando o Campo Grande News falou pela última vez com o secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, sobre o Aquário, ele negou que a obra estivesse totalmente parada. Admitiu, porém, que não estava no ritmo esperado pelo Governo do Estado.

Na tarde desta terça, a Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura) foi procurada para falar sobre a situação da obra. Mas a assessoria não deu retorno até o fechamento deste texto.

O Aquário do Pantanal começou a ser construído em 2011, na gestão do governador André Puccinelli (PMDB). O orçamento inicial era de R$ 84,7 milhões, mas os gastos já chegam à casa dos R$ 240 milhões atualmente.

E, por mais irônico que possa parecer, a impossibilidade de injetar dinheiro na construção é o atual entrave do Aquário.

Após uma contenda judicial, promessas frustradas de conclusão e outros períodos de paralisação, a antiga empreiteira da obra, a Proteco, afundada em escândalo de corrupção, a Egelte, vencedora da licitação, retomou o projeto, mas o governo ainda calcula o quanto precisará para terminar.

Pichação pertinente no tapume da obra (Foto: Fernando Antunes)
Pichação pertinente no tapume da obra (Foto: Fernando Antunes)
Ninguém no canteiro de obras na tarde desta terça (Foto: Fernando Antunes)
Ninguém no canteiro de obras na tarde desta terça (Foto: Fernando Antunes)

Neste meio tempo, houve danos à estrutura e materiais de construção ficaram com o prazo de validade vencido.

Alguns projetos complementares, incluindo o sistema hidráulico, fundamental para o funcionamento do projeto, terão de ser totalmente refeitos, prejuízo ainda sendo calculado pelo governo.

Ocorre que, por lei, o Executivo não pode mais aumentar o valor do contrato – aditivar, nos termos da gestão pública.

Diante do impasse, o projeto chegou a ser retomado pela atual gestão estadual, mas foi parando novamente aos poucos até agora, quando paralisou totalmente mais uma vez.

Antes de se tornar um fiasco do Poder Público, o Aquário do Pantanal nasceu com a promessa de ser o maior espaço destinado à fauna e flora de água doce do mundo, ocupando uma área total de 17 mil metros quadrados no principal parque de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.

O projeto prevê paralelamente a operação de um centro de pesquisa e um gigantesco espaço para lazer e turismo, com duas dezenas de tanques e até um túnel paisagístico sob o maior deles.

Projeto nasceu grandioso, mas até agora, de grande, só o consumo de dinheiro público (Foto: Fernando Antunes)
Projeto nasceu grandioso, mas até agora, de grande, só o consumo de dinheiro público (Foto: Fernando Antunes)
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