Maior fiasco de água doce do mundo: obras do Aquário param de novo
Com orçamento inflado em pelo menos R$ 150 milhões desde seu lançamento, em 2011, a obra do Aquário do Pantanal, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, está novamente parada.
Na tarde desta terça-feira (2), a informação na portaria é de que nenhum funcionário trabalha no canteiro. Lá dentro, impera o silêncio e uma pichação em vermelho no tapume resume o cenário: “cadê o Aquário”.
Dia 25 de julho, quando o Campo Grande News falou pela última vez com o secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, sobre o Aquário, ele negou que a obra estivesse totalmente parada. Admitiu, porém, que não estava no ritmo esperado pelo Governo do Estado.
Na tarde desta terça, a Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura) foi procurada para falar sobre a situação da obra. Mas a assessoria não deu retorno até o fechamento deste texto.
O Aquário do Pantanal começou a ser construído em 2011, na gestão do governador André Puccinelli (PMDB). O orçamento inicial era de R$ 84,7 milhões, mas os gastos já chegam à casa dos R$ 240 milhões atualmente.
E, por mais irônico que possa parecer, a impossibilidade de injetar dinheiro na construção é o atual entrave do Aquário.
Após uma contenda judicial, promessas frustradas de conclusão e outros períodos de paralisação, a antiga empreiteira da obra, a Proteco, afundada em escândalo de corrupção, a Egelte, vencedora da licitação, retomou o projeto, mas o governo ainda calcula o quanto precisará para terminar.
Neste meio tempo, houve danos à estrutura e materiais de construção ficaram com o prazo de validade vencido.
Alguns projetos complementares, incluindo o sistema hidráulico, fundamental para o funcionamento do projeto, terão de ser totalmente refeitos, prejuízo ainda sendo calculado pelo governo.
Ocorre que, por lei, o Executivo não pode mais aumentar o valor do contrato – aditivar, nos termos da gestão pública.
Diante do impasse, o projeto chegou a ser retomado pela atual gestão estadual, mas foi parando novamente aos poucos até agora, quando paralisou totalmente mais uma vez.
Antes de se tornar um fiasco do Poder Público, o Aquário do Pantanal nasceu com a promessa de ser o maior espaço destinado à fauna e flora de água doce do mundo, ocupando uma área total de 17 mil metros quadrados no principal parque de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul.
O projeto prevê paralelamente a operação de um centro de pesquisa e um gigantesco espaço para lazer e turismo, com duas dezenas de tanques e até um túnel paisagístico sob o maior deles.