Máquina 'suga mosquito' mostra pouca eficácia e teste é prorrogado
Os testes com o aparelho Mosquito Magnet, que suga a fêmea do mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya –, vão continuar por mais uma semana. Isso porque a armadilha ainda não mostrou eficácia e capturou quantidade de mosquitos abaixo do esperado. A previsão da SES (Secretaria de Estado de Saúde) era de concluir a avaliação da máquina no dia 23 de março, após ser instalada no Parque dos Poderes.
O coordenador Estadual de Controle de Vetores, Mauro Lúcio Rosário, confirmou que o aparelho será testado até a próxima semana. “Vamos estender um pouco mais os testes e avaliar se o local interfere ou não no resultado. Vamos ficar por mais uma semana. Através dessa pesquisa vamos apontar vários fatores para termos certeza concreta e absoluta se a máquina é eficaz ou não”.
Ele explicou que o aparelho ainda não mostrou resposta positiva em relação a captura dos mosquitos. “Não pegou o esperado, por isso vamos continuar avaliando, ver que problemas podem estar acontecendo”, disse Rosário.
A armadilha foi instalada no dia 23 de fevereiro no pátio do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), na Vila Ipiranga, na Capital. O local foi escolhido por ser uma área aberta, com mata e alta incidência de infestação do mosquito. E por ter as mesmas características, o pátio da SES - próximo a Sala de Situação - deve abrigar o aparelho até a próxima quarta-feira, dia 6 de abril, 15 dias após a previsão inicial para finalizar os testes.
O aparelho já passou por balanços no dia 24 de fevereiro - um dia após começar a funcionar - e também no dia 3 de março. Na primeira avaliação o aparelho não tinha funcionado satisfatória, e “engoliu” alguns poucos mosquitos.
O funcionamento do aparelho por mais 15 dias é para confirmar a eficácia prometida pelo Instituto Seiva Brasil – com sede na Capital –, que atua na área de inovações tecnológicas, responsável pela apresentação do Mosquito Magnet e também por outra armadilha, “Flying Insect Trap”.
Funcionamento – O Mosquito Magnet, que “engole” o Aedes, custa aproximadamente R$ 10 mil e o “Flying Insect Trap” R$ 600. Os dois equipamentos funcionam de formas parecidas atraindo a fêmea do mosquito. Mas enquanto o primeiro usa ácido lático – composto orgânico produzido pelo corpo humano – para atrair o vetor, o outro utiliza uma lâmpada e também ondas sonoras (perceptíveis apenas para o mosquito).
Apenas a fêmea hematófaga – que se alimenta de sangue –, é atraída pelo composto utilizado na máquina, que imita o suor humano. "A fêmea pica porque precisa da proteína do sangue para se reproduzir, o macho só se alimenta da seiva das plantas", explicou Rosário.
Os dois aparelhos são fabricados nos Estados Unidos, precisam ser instalados de forma fixa (o “Flying” ao abrigo da chuva) e ter manutenção semanal para continuar operando com eficácia. O Magnet, que suga o inseto, tem abrangência de 4 quilômetros e promete “atrair e matar mosquitos”. Para funcionar o aparelho precisa de um botijão de gás de cozinha e quatro pilhas grandes. Caso aprovado ele poderá ser instalado em lugares de grande circulação de pessoas como escolas, creches, postos de saúde e até mesmo estádios.
Já o “Flying” tem eficácia de apenas 100 metros, e é mais indicado para ser usado em residências. A empresa Mosquitron, responsável pela importação dos equipamentos, deverá disponibilizar mais um lote com 2,7 mil unidades da armadilha doméstica nos próximos dias.