Chuva atrapalha desempenho de máquina que engole Aedes, mas testes continuam
As chuvas que tem atingido a Capital desde o início da semana contribuíram para que a máquina que suga a fêmea do mosquito Aedes aegypti, não apresentasse o resultado esperado pelo Controle de Vetores da SES (Secretaria Estadual de Saúde).
De acordo com o gerente técnico da SES e doutor em entomologia – ciência que estuda os insetos –, Paulo Silva, outras questões podem ter contribuído com o resultado, mas ele diz que os fatores climáticos podem ter sido a principal interferência, que não possibilitou a coleta satisfatória de mosquitos.
O coordenador descarta o CCZ, local escolhido para instalar a máquina, como um espaço inadequado. "É um bom local, bem amplo e quase sem muros", enfatiza.
No entanto, ele ainda aposta na eficiência do produto. "Vamos apresentar um passo a passo sobre a operação da máquina na próxima semana e talvez mostremos um primeiro balanço do que foi coletado, porém, só no final do estudo é que teremos resultados conclusivos", ressalta.
Segundo Paulo, a equipe irá manter os testes até o final do próximo mês e pode ser que a máquina que suga a fêmea do Aedes, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, seja levada para outro local, além do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), onde está no momento.
"Talvez ela fique 15 dias em cada lugar, mas tudo depende de avaliação. Ainda é cedo para termos um laudo, pois é um produto novo para nós", explica Paulo.
No CCZ também foi instalada a armadilha “Flying Insect Trap”, que também atrai a fêmea do mosquito. O Mosquito Magnet, que “engole” o Aedes, custa aproximadamente R$ 10 mil e o “Flying Insect Trap” R$ 600. Os dois equipamentos funcionam de formas parecidas atraindo a fêmea do mosquito. Mas enquanto o primeiro usa ácido lático – composto orgânico produzido pelo corpo humano – para atrair o vetor, o outro utiliza uma lâmpada e também ondas sonoras (perceptíveis apenas para o mosquito).
O Magnet, que suga o inseto, tem abrangência de 4 quilômetros e promete “atrair e matar mosquitos”. Para funcionar o aparelho precisa de um botijão de gás de cozinha e quatro pilhas grandes. Caso aprovado ele poderá ser instalado em lugares de grande circulação de pessoas como escolas, creches, postos de saúde e até mesmo estádios.
Já o “Flying” tem eficácia de apenas 100 metros, e é mais indicado para ser usado em residências.