Mesmo com nova onda de covid, uso do álcool vem sendo esquecido na 14 de Julho
Enquanto restrições mais duras foram abandonadas, disponibilização de álcool e uso de máscara seguem vigentes
Em setembro de 2021, comércio foi liberado a funcionar com 100% da capacidade, retirando restrições referentes à lotação, enquanto a obrigatoriedade do uso de máscara e disponibilização de álcool para os clientes seguiu em vigência. Hoje, mesmo com nova onda de covid-19, o álcool em gel na entrada das lojas na 14 de Julho tem se tornado item esquecido.
Nas duas quadras da Rua 14 de Julho com maior número de lojas, entre a Avenida Afonso Pena e Rua Dom Aquino, 45 comércios estão ativos. Do total, a reportagem contabilizou na tarde desta terça-feira (11), que 20 não disponibilizavam álcool em gel ou líquido na entrada dos estabelecimentos.
Nesta listagem, algumas lojas seguem com avisos sobre obrigatoriedade do uso de máscara, mas o álcool não está presente na entrada. Educadora, Sirley Reis, de 44 anos, explicou que foi ao Centro para cumprir algumas tarefas e, no caminho, percebeu a falta do item.
Eu acho que as pessoas não estão com medo, eu parei para comer e tô desesperada sem máscara. Até procurei álcool em gel nas lojas e não achei", Sirley diz.
Já vacinada contra o coronavírus, a educadora conta que antes da imunização, foi contaminada pelo vírus e, por isso, acredita que as restrições mais duras devem voltar. “As regras foram muito relaxadas, principalmente aqui no Centro e agora, está do jeito que está”, explica.
Sobre a falta dos cuidados básicos, o zelador Giovane de Assis, de 33 anos, explica que o sentimento de medo retornou com a nova onda de covid-19 em conjunto com o aumento nos casos de H3N2, mas que não vê os cuidados em ação pela própria população.
“Acho que tem gente com medo, mas não tanto quanto no início da pandemia. Então, acho que tudo tem que voltar [uso de máscara e álcool]”, Giovane diz.
Responsável por loja de roupas na 14 de Julho, Kelly Queiroz, de 39 anos, explica que após a flexibilização das restrições, os cuidados têm sido deixados sob responsabilidade de cada um. “A gente se protege e fica a consciência de cada um. Pessoas entram sem máscara, mas a gente não obriga mais a colocar”.
Por outro lado, o consultor de ótica, Claudiomiro de Paula Silva, 45 anos, explica que as regras seguem em ação sem brechas desde o início da pandemia.
Temos álcool em várias partes da loja e pedimos para os clientes usarem máscara. Quando alguém não tem, nós disponibilizamos", Claudiomiro conta.
De acordo com Claudiomiro, o comportamento das pessoas no Centro parece não ter mudado muito em relação aos cuidados. “Acho que as pessoas ainda não caíram em si, o pessoal segue relaxado. Teve um relaxamento normal depois que a covid deu uma reduzida e esse relaxamento continua mesmo agora", completa.
A prefeitura de Campo Grande alegou que a Vigilância Sanitária mantém fiscalização em estabelecimentos que são denunciados por não cumprirem medidas de biossegurança. Sobre a quantidade de multas aplicadas, foi informado que não é possível divulgar esta estatística, pois é necessário aguardar o desenvolvimento dos processos administrativos.
Ainda de acordo com a prefeitura, a multa prevista no Código Sanitário Municipal pode variar entre R$ 100 e R$ 15 mil.
Medidas de biossegurança – Além da vacinação contra covid-19 e influenza, autoridades reforçam a necessidade de manter os protocolos de biossegurança devido ao aumento nos casos.
Em reportagem publicada pelo Campo Grande News neste mês, o médico infectologista Maurício Antônio Pompilio reforçou que o uso de máscaras, correta higiene das mãos e uso do álcool em gel têm sido deixados para trás. Esse conjunto, para o médico, contribuiu para a exposição aos vírus.
Conforme boletim epidemiológico publicado nesta terça-feira (11) pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), Mato Grosso do Sul já registrou 386.183 casos de covid-19 desde o início da pandemia. Do total, 9.745 morreram.