Mesmo sem festa, Dia de Perpétuo Socorro mostra que nem pandemia abala a fé
Santuário abriu neste sábado, com 5 celebrações durante o dia
Era bonito de ver a igreja lotada, com a fé renovada em orações durante as missas de 27 de junho e os 9 dias de festa em tendas montadas em frente ao Santuário, em Campo Grande.
Mas este ano as comemorações pelo Dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro precisam seguir as regras impostas pela pandemia. Nada de eventos com música ao vivo ou barraquinhas de comidas. Em um sábado chuvoso e com restrições impostas pela covid-19, pouca gente apareceu na igreja.
Aparentemente, a maioria preferiu acompanhar as celebrações da padroeira de Mato Grosso do Sul pelas plataformas digitais da Igreja ou pela TV Imaculada, que transmitiram ao vivo as 3 missas do período matutino e seguem com mais 2, às 15h e 19h.
Quem apareceu no Santuário, foi recebido com álcool em gel e informações sobre as medidas de distanciamento que devem ser respeitadas para evitar contágios.
Mas fé, nem pandemia abala. Por isso, Severino Souza Soares, de 60 anos, entrou na igreja de joelhos. No ano passado, o administrador de empresas sofreu com as dores de uma hérnia de disco e se recuperou sem cirurgia. Ao falar da história, se emocionou, lembrando que hoje é dia de pagar a “dívida” com Nossa Senhora. “Mesmo chovendo eu vim”
A enfermeira Catarina Robles, de 51 anos, também saiu da quarentena para homenagear a santa. Há 3 anos, trabalha na equipe da igreja. Depois de um acidente grave de carro virou ainda mais devota. “O médico disse que eu ia ter de passar por 3 cirurgias. Fiquei 15 dias na cadeira de rodas, me recuperei e fiz a promessa de que, se me recuperasse, ia servir à igreja. Foi a maior graça que eu recebi em toda a minha vida”, justifica.
Aposentada, Maria Aparecida Corrêa, de 67 anos, sempre frequentou a igreja e sente falta das novenas. A pandemia e depois de 3 meses sem uma missa presencial, diz que voltou hoje para homenagear a santa. “Peço todos os dias por mim, por minha família e as pessoas doentes.”
Responsável pelas celebrações hoje, pouco antes do meio-dia o padre Rodrigo Augusto de Souza estava pronto para receber os fiéis para a missa, com a missão de “transformar o medo da doença em oração, fé e esperança”.
Mas apesar das portas abertas e das regras, ele alerta que o isolamento continua fundamental. “O grande exemplo veio do papa Francisco que fez o isolamento, suspendeu as celebrações. A Igreja católica tem se preocupado muito com a saúde dos fiéis”.