Morador gasta dinheiro, mas perde "guerra" para acabar com pichações
As pichações se tornaram uma enorme dor de cabeça para comerciantes e moradores Campo Grande. Basta andar na área central, em bairros e pontos turísticos da cidade para se deparar com as ações de vândalos registradas em paredes e muros.
A comerciante Elenice Zagolino, de 36 anos, conta que gasta em torno de R$ 1 mil com mão-de-obra e material de pintura para esconder as pichações. “Até já comprei tintas para pintar, mas decidi que não vou pintar agora”, diz Elenice.
A loja de roupas passou por pintura no mês de agosto do ano passado. A comerciante diz que as pichações costumam ocorrer no final do ano. “Pintei em agosto e em dezembro picharam”. Elenice acredita que o vandalismo é praticado por usuários de drogas e presidiários que deixam a cadeia para as festas de final de ano.
Na residência ao lado, a situação é ainda pior. A casa foi pintada e bastaram duas semanas para os muros voltarem a ser pichados.
Na avenida Ernesto Geisel funciona o novo prédio da Rocket, estabelecimento especializado em peças de automóveis. Antes mesmo da inauguração, a loja foi alvo das pichações. As portas tiveram que passar por nova pintura para a abertura da loja. Com um mês de funcionamento, novamente as laterais amanheceram com os rabiscos pelo muro.
“Saímos do prédio antigo porque lá estava totalmente pichado por fora. Os estabelecimentos da vizinhança já estão tomados”, reclama a gerente da Rocket, Neuza Azevedo. Nem mesmo as marquises dos prédios foram poupadas pelos vândalos.
Na Orla Morena, atrativo turístico da Capital, próximo a rua Antônio Maria Coelho, funciona a lanchonete de Leandro Torres, de 24 anos. As paredes do estabelecimento foram alvo do spray com tinta. O trabalhador conta que três dias após a inauguração, o local já estava sujo.
“Ganhei a pintura do fornecedor, mas preferi não pintar. Vão pichar de novo depois”, conta desanimado.
Em situação inusitada, um rapaz ofereceu a alternativa de fazer um grafite, arte de pintura, para esconder o vandalismo, mas o rapaz acredita que pintaria novamente.
Torres acredita que a cada nova pichação é uma resposta a marca deixada pela anterior, como se os vândalos trocassem provocações nas paredes. “Os vizinhos cansaram de ter o muro pichado e colocaram câmeras. Onde tem câmeras eles não picham”, conta. Na lanchonete alguns clientes chegaram a rejeitar o estabelecimento por causa da sujeira, mas para o rapaz os clientes já se acostumaram com a situação.