ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 23º

Capital

MPE insiste na Justiça para Câmara informar demissões de comissionados

Ação civil foi proposta há um ano para que a casa de leis promovesse concurso público e substituísse cargos comissionados

Mayara Bueno | 04/09/2017 12:41
Câmara Municipal de Campo Grande. (Foto: João Paulo Gonçalves).
Câmara Municipal de Campo Grande. (Foto: João Paulo Gonçalves).

O MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) quer que a Justiça rejeite ampliar prazo de acordo e pede novamente que a Câmara Municipal de Campo Grande informe a relação de comissionados que deverão ser demitidos.

A manifestação, datada de 23 de agosto de 2017, se refere à ação civil pública que já dura um ano e dois meses no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Na ocasião, o Ministério Público pediu que a Justiça obrigasse a casa de leis a fazer concurso público e demitisse comissionados, já que mantém em quantidade excessiva.

Antes de o Poder Judiciário decidir, MPE e Câmara fizeram um acordo estipulando prazos para cumprimento do que previa a ação. Até então, foi cumprida a abertura de concurso - que está com período de inscrição aberto -, mas o item que se refere às substituições e exonerações ainda não foi respeitado.

E, ainda no processo, o Legislativo municipal pediu a elevação do prazo previsto para execução desta parte do acordo. O presidente da Câmara, vereador João Rocha (PSDB), afirma que está fazendo levantamento e que comissionados serão demitidos, a medida em que os aprovados no concurso tomarem posse de seus cargos.

"Já está sendo feito estudo e a medida que vamos dando posse aos aprovados vamos fazer as demissões", esclarece ao Campo Grande News. No entanto, ainda não informa quantos serão exonerados.

Ainda na manifestação, o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, pede que o Legislativo municipal informe em cinco dias a substituição, sob pena de prosseguimento da ação judicial.

O MP lembra que se passou um ano do acordo e a Câmara Municipal ainda não apresentou o estudo interno nos setores administrativos, conforme foi estabelecido anteriormente.

"No que se refere ao número de servidores comissionados que seriam substituídos com a realização do concurso, em que se pese já ter sido realizada a revisão e avaliação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração pela Fapec". A Fundação de Pesquisa e Ensino é a instituição que promove o certame.

Ainda em agosto, a Justiça intimou a casa de leis para que juntasse aos autos o estudo interno o plano de substituições em cinco dias. Em seguida, determina que o oficial de justiça notifique o presidente para responder sobre a situação. Não consta no processo se a Câmara foi notificada.

Lotada - A ação judicial concluiu que o número de funcionários com cargos em comissão no Legislativo da Capital é “assustadoramente” maior do que a quantidade de efetivos, o que seria ilegal. Segundo o MPE, 90% dos funcionários da casa são comissionados.

Para o Ministério Público, ficou nítido “que ocorrem na Casa de Leis nomeações arbitrárias e mal-intencionadas de servidores comissionados, em descumprimento à Constituição Federal“, que determina que a entrada em cargo público deve acontecer por meio de concurso público. O último certame da Câmara aconteceu em 2004.

Nos siga no Google Notícias