Mulher morre sete meses após sobreviver a erro na quimioterapia
Morreu por volta das 4h da madrugada desta terça-feira (27), no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande, Margarida Isabel de Oliveira, 70 anos, em decorrência de câncer colorretal. A idosa havia sido a única sobrevivente das quatro mulheres vítimas de erro no tratamento de quimioterapia na Santa Casa, em junho do ano passado.
De acordo com o cunhado Ezequias Lagasse Lisboa, 59 anos, Margarida estava debilitada e foi internada às 5h da sexta-feira passada. O estado dela piorou e a equipe médica avisou a família que o quadro dificilmente seria revertido. O câncer tinha se espalhado e comprometido outros órgãos (mestástase).
Os locais de velório e sepultamento ainda não foram definidos.
Mortes na quimioterapia – Em junho do ano passado, Carmen Insfran Bernard, 48 anos, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, Maria Glória Guimarães, 61 anos e Margarida foram submetidas a sessões de quimioterapia na oncologia da Santa Casa. Todas sofriam do mesmo tipo de câncer, o colorretal. Ao longo do tratamento, elas apresentaram reações adversas ao medicamento Fluorouracil (5-FU), e tiveram piora.
Carmen, Maria Glória e Norotilde não resistiram e morreram entre os dias 10, 11 e 12 de julho. Margarida teve melhor sorte e, apesar dos graves sintomas como inchaços nas mãos e pés, manchas na pele e feridas na boca que a impediam de comer, conseguiu sobreviver, sendo internada em outra unidade médica a pedido da família.
As investigações são conduzidas pela delegada Ana Cláudia Medina. O inquérito conta com aproximadamente oito mil páginas, e as causas das mortes, assim como das lesões à Margarida, já são conhecidas, no entanto, falta ainda o resultado de alguns laudos periciais feitos fora de Mato Grosso do Sul e que vão auxiliar na confirmação.