Mutirão chega às Moreninhas, contra dengue e de olho em locais fechados
Força-tarefa durante o Carnaval começou na região das Moreninhas, um dos bairros com maior índice de notificação
No primeiro mutirão contra dengue, durante o Carnaval, além de fiscalizar várias residências na região das Moreninhas, os agentes também tinham a missão de orientar os moradores sobre o cuidado com os quintais, para evitar focos do mosquito Aedes aegypti. No entanto a preocupação continua sendo com locais fechados, pelo acesso ser mais difícil.
A região das Moreninhas foi a primeira a receber esta “força-tarefa” devido aos números alarmantes no bairro, que chega a 1.160 notificações (dengue) para cada 100 mil habitantes, que acordo com a equipe da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) é a segunda pior de Campo Grande, ficando atrás apenas do bairro Noroeste.
“Aqui o índice de notificação está muito alto, por isso foi escolhido para esta ação mais intensa, que envolve 60 agentes para combater focos do mosquito”, disse o assessor técnico da Sesau, Lourival Pereira Araújo. A concentração foi no Parque Jacques da Luz, e depois seguiu para as residências do bairro.
As ações foram concentradas nas casas com a presença de moradores, para que além da fiscalização na residência, fosse feita a orientação aos proprietários. Não foi feita ações em casas fechadas, já que para estes procedimentos existe uma equipe específica responsável pelo serviço.
Dificuldade - Ao Campo Grande News, os agentes disseram que apesar da fiscalização rotineira e até a orientação aos moradores, a maior preocupação continua sendo os locais fechados, muitas vezes abandonados, que dificulta o serviço, assim como terrenos baldios, pela demora em entrar em contato com os proprietários.
Um grupo de agentes também pediu ao secretário municipal de Governo, Antônio Lacerda, que acompanhava o mutirão, que houvesse medidas mais duras em relação aos moradores que não cuidam de seus quintais, já que a ação apenas “educativa” não estava surtindo “tanto efeito”. Eles gostariam de mais “autonomia” para fazer notificações e até multas, para quem não cuidar da sua própria casa.
Moradores – Uma das casas visitadas pelo mutirão, o morador Roberto da Glória de Oliveira, de 36 anos, contou que já tinha recebido a visita de um agente na última semana, e que acha importante este trabalho de fiscalização e orientação. “Pena que muita gente não escuta e não valoriza”.
No local foram encontrados vasilhames com água, onde os agentes pediram para ele ter cuidado, para não virar foco de dengue. Ele justificou que apesar de ter cuidado com o quintal, ainda comete alguns deslizes. “Foi em função da chuva de ontem, vou ficar mais atento. Já deixo sempre as garrafas viradas para evitar”.
Preocupação – O secretário de Governo, Antônio Lacerda, que foi ao local representando o prefeito, alega que desde outubro, a prefeitura já iniciou os trabalhos para o combate a dengue, pois existia uma preocupação de eventual “epidemia”, por se tratar de uma doença sazonal.
Outro detalhe importante dito pelo secretário, é que desta vez aparece a dengue “tipo 2”, que é considerada mais grave aos pacientes. “Começamos cedo o monitoramento, mas precisamos da conscientização”.
Ele falou que o prefeito Marquinhos Trad (PSD) aguarda a aceitação do decreto de emergência, para que possa obter ajuda federal, além de tomar medidas imediatas, sem precisar de licitação, para tentar conter esta epidemia. “Já buscamos apoio do Estado para acelerar resultados de exames, assim como outras ações em conjunto”.