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Capital

Volta de vírus tipo 2 da dengue após 10 anos é risco maior para crianças

Público mais vulnerável, os pequenos são mais suscetíveis à doença por não estarem imunes ainda a este tipo

Mayara Bueno | 02/03/2019 07:15
Pacientes em busca de atendimento na unidade básica do Pioneiros. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo).
Pacientes em busca de atendimento na unidade básica do Pioneiros. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo).

As crianças entre zero e 10 anos estão mais vulneráveis à dengue do sorotipo 2 neste ano, em Campo Grande, por isso alerta é para este público. Conforme explica a médica infectologista Márcia Del Fabro, a última epidemia da doença foi em 2002. Já a última vez que circulou foi em 2009.

Portanto, quem nasceu depois desta data tem maior chance de ter dengue, pois ainda não está imune ao sorotipo 1. "Como as crianças não tiveram contato com a última epidemia, a probabilidade é maior. Quanto menor a criança, maior a chance".

Hoje, há pelo menos quatro crianças internadas com suspeita da doença. Na Santa Casa, por exemplo, três estavam internadas e no Hospital Universitário, 1, conforme dados divulgados pelas instituições de saúde.

Segundo a médica, os pais têm de se manter atentos aos sintomas e, assim que constatar algum deles, levar as crianças para uma unidade básica. "Se teve febre, mal estar, diarreia, tem de procurar logo atendimento".

Na fase mais crítica e considerada mais perigosa, outros sintomas surgem, no chamado "sinais de alerta". "Dor abdominal, náusea, vômito, diarreia, tontura, sangramento", detalha as complicações.

Os dados de internação de pessoas com suspeita de dengue, são diários. Na segunda-feira (dia 25), a Sesau informou que havia 6,2 mil notificações da doença em 2019 - número suficiente para deixar a Prefeitura de Campo Grande em estado de alerta para uma epidemia e pedir ao Ministério da Saúde autorização para, em âmbito municipal, decretar situação de emergência.

Segundo o coordenador de urgência da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Yamma Higa, houve aumento de atendimento nas unidades de saúde da Capital, com predominância de pessoas com sintomas de dengue.

“E criança tem sido bastante acometida, mas ainda prevalece em adulto”. No caso das pessoas até 10 anos, a atenção tem de ser redobrada justamente porque o público ainda não está imune ao sorotipo. “Elas não estão protegidas, por isso alerta em relação às crianças”.

Casos - Em Campo Grande, duas pessoas morreram com suspeita de dengue este ano. Apesar dos sintomas, a Prefeitura afirma que a confirmação da causa da morte pela doença ocorre de 30 a 60 dias.

De cinco anos, Sidney dos Reis Nantes morreu na segunda-feira, no Hospital Universitário, uma dia após a vítima dar entrada na instituição de saúde. O menino foi levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Universitário, no dia 21, mas liberado mesmo com a suspeita de dengue por parte da equipe médica.

Clara Cecília Zanatta, de 6 anos, chegou a ficar internada na Santa Casa de Campo Grande em tratamento contra um quadro clínico de dengue hemorrágica. Ela precisou de doações de sangue de plaquetas.

Ministério da Saúde - Dados divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que o número de prováveis quadros de dengue aumentou 315,7% se comparado com janeiro de 2018. As informações foram divulgadas dia 26 de fevereiro. Até dia dois, o Estado notificou 2.191 casos. No mesmo período do ano passado, foram registrados 527.

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