OAB apura conduta ética de oito advogados denunciados por corrupção
Eles são alvos de ação do Ministério Público que aponta crimes em parceria com juiz afastado
A OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) abriu procedimento para analisar a conduta ético-disciplinar dos oito advogados denunciados por corrupção no processo contra o juiz afastado Aldo Ferreira da Silva Júnior.
“A entidade já tomou conhecimento, recebeu o compartilhamento de provas do Tribunal de Justiça e instaurou processo ético para avaliar as condutas disciplinares”, afirma o presidente da OAB, Mansour Elias Karmouche.
Na lista de 16 denunciados pelo MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), oito são advogados. O procedimento interno da OAB é sigiloso e demora, em média, um ano. As punições podem ser de advertência, suspensão ou cassação.
A denúncia aponta a solicitação de vantagens indevidas, um “pedágio”, para advogados inventariantes e herdeiros.
A estratégia do magistrado era retardar o andamento processual, um desleixo que poderia ser atribuído a mero entrave da máquina jurisdicional, mas revelou-se, conforme a acusação, “proposital e criminoso”.
Num dos espólios, um dos herdeiros, que também foi denunciado pelo Ministério Público, revela que fez pagamento de R$ 100 mil por uma decisão favorável.
Alertado pelos advogados de que o juiz “gostava de dinheiro” ele autorizou que seus quatro representantes negociassem com o magistrado. O juiz afastado é alvo de três ações, que incluem lavagem de dinheiro, fraude em pagamento de precatórios milionários e por crimes nos processos de inventário na Vara de Sucessões.