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Capital

Oito meses após inaugurado, rotina de acidentes é relatada em corredor de ônibus

Comerciantes dizem que a faixa exclusiva do transporte público não é respeitada pelos condutores

Geniffer Valeriano | 01/09/2023 08:07
Motoristas utilizam faixa de ônibus para fugirem do trânsito intenso (Foto: Paulo Francis)
Motoristas utilizam faixa de ônibus para fugirem do trânsito intenso (Foto: Paulo Francis)

Oito meses após a inauguração do corredor de ônibus da Rua Rui Barbosa, comerciantes reclamam de aumento de acidentes e imprudências cometidas por motoristas. Quem convive diariamente com o trânsito desta região afirma que de duas a três vezes por dia ocorrem colisões.

O trecho da via, entre as ruas José Luís Pereira e Doutor Mario Corrêa, foi descrito como o ponto mais crítico. Ainda foi relatado que na segunda-feira (28), na esquina com a primeira rua citada, houve um acidente, em que um dos carros envolvidos derrapou até a metade da quadra.

“O pessoal não sabe ainda que existe a faixa do ônibus, mas que você pode entrar nela para fazer a conversão à esquerda, né? Mas não, eles viram pelo meio da rua. Outros passam direto pela linha dos ônibus”, contou Sina Silva, de 74 anos.

Denis Garcia, de 40 anos, relata que os piores momentos do trânsito na região ocorrem logo pela manhã, durante o horário de almoço e no final da tarde. O homem ainda relembra que os acidentes ocorridos logo após a faixa de ônibus serem inauguradas foram os mais “feios”.

Denis afirma que sinalização horizontal deveria ser reforçada (Foto: Paulo Francis)
Denis afirma que sinalização horizontal deveria ser reforçada (Foto: Paulo Francis)

"Aqui todo dia tem batida. Ali, só pode trafegar na linha do ônibus só quem vai virar à esquerda, mas não, eles seguem reto por ela. E nisso quem vai virar de verdade acaba batendo. Aí é moto, carro, ônibus já quase arrancou a roda aqui e o carro ainda fugiu, não quis pagar o ônibus e deu no pé”, disse.

Também foi dito por Denis que o aumento dos acidentes vieram logo que a faixa de ônibus começou a funcionar. Ele ainda atribui isso ao excesso de velocidade em que os veículos começaram a trafegar.

“Eu acho que deveria ter uma sinalização mais reforçada, se fecha de olho de gato tudo isso aqui, igual fizeram na Zahran quando tinha, né? Antes de fazerem o canteiro, todo mundo vai prestar atenção”, opinou.

Motorista precisou desviar de carro que estava estacionado no corredor de ônibus (Foto: Paulo Francis)
Motorista precisou desviar de carro que estava estacionado no corredor de ônibus (Foto: Paulo Francis)

O atendente de loja Weslley Paulino, de 19 anos, confirma a situação descrita pelos seus vizinhos. Ele ainda explica que alguns clientes da loja não respeitam a faixa de ônibus e acabam estacionando no local, cena que foi presenciada pela reportagem.

“Para os clientes, a gente fala para deixar os carros no estacionamento, mas sempre tem um ou outro que não obedece. Temos estacionamento aqui do lado, nosso, próprio, mas mesmo assim ainda tem clientes que não gostam e deixam o carro na linha de ônibus. A gente avisa que é linha e que vai levar multa, mas eles não se importam”.

Ainda é contado que quando essas situações ocorrem os motoristas do transporte coletivo costumam parar e buzinar, em forma de protesto. “Já teve um dia que o ônibus ficou uma hora buzinando para tirar o carro para poder passar. Ele ficou até o cliente sair, buzinando, buzinando, ele anotou a placa pra levar a multa e depois que o cliente saiu e passou”, relembrou.

Para Weslley os pontos mais críticos da via são as esquinas. Onde normalmente ocorrem os acidentes enquanto os condutores tentam fazer a conversão à esquerda. O empresário Davi Ribeiro, de 51 anos, reconhece que a situação acontece por erro dos motoristas, mas também critica a obra.

“O que ocorre é o seguinte, é uma falha do condutor também, né? Que não respeita a lei de trânsito. Existe uma falha em ambas as partes, eu mesmo não sou a favor do que está aí, eu acho que poderia ter sido feito um outro sistema, mas não esse, né? Porque o que ocorre é que a pessoa está na faixa de lá e quer fazer a conversão à esquerda, ela pega essa faixa e às vezes vem um ônibus, ou então tem outra pessoa transitando por essa faixa, e vem e faz a conversão na frente do outro. Aí os dois estão errados, né? Um por estar transitando na faixa do ônibus e outro porque deveria ter pegado essa faixa com antecedência, né?”, explicou.

Davi junto a sua esposa destaca a falha dos motoristas (Foto: Paulo Francis)
Davi junto a sua esposa destaca a falha dos motoristas (Foto: Paulo Francis)

Outra reclamação apresentada por Davi foi acerca da dificuldade encontrada pelos moradores e comerciantes em entrar nas garagens ou sair. “Tem essa placa aqui, né? Essa placa aqui fala que os moradores têm preferência e se acontecer de um cara parar aqui, os ônibus vêm e ficam buzinando atrás. Tipo forçando o cara a sair”.

Além dessas situações, há um pequeno afundamento no asfalto em frente ao seu comércio. O empresário diz que no começo era algo bem menor, mas com o tempo foi aumentando. Entre sua família,  o temor é que acabe abrindo uma cratera no local.

“Aqui, a gente quase não percebe, mas ali tem um buraco e esses dias caiu um rapaz de bicicleta. A sorte que o ônibus estava mais lá pra trás, senão tinha pegado. Do jeito que ele veio, tombou. Minha mãe também que esses dias saiu para ir ao médico e quase caiu aí também”, contou.

As reclamações da faixa de ônibus seguem até a região central de Campo Grande. Porém, os vendedores de uma loja de tecidos afirmam que escutam muitos elogios, principalmente de seus clientes que agora conseguem estacionar em frente à loja.

“Carro e moto sempre estão usando a faixa, mas não tem como falar que atrapalha. A questão dos acidentes eu não tenho visto que tenha aumentado não, porque aqui sempre foi muito movimentado, então sempre teve”, disse Maria Alice Souza, de 21 anos.

Já para João Rios Costa, de 19 anos, a mudança na pista não fez muita diferença, pois a linha de ônibus que antes ficava na faixa direita apenas mudou para a esquerda. Ela só mudou de lado e deu na mesma”, pontuou.

O Campo Grande News entrou em contato com a Agetran para falar sobre essa situação, mas até o momento não obteve retorno.

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