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Capital

Página que seria de adolescente satiriza prisão de policiais militares

Alan Diógenes | 22/01/2016 15:38
Trechos de postagem em página no Facebook e que começou a se espalhar em redes sociais (Foto: Reprodução)
Trechos de postagem em página no Facebook e que começou a se espalhar em redes sociais (Foto: Reprodução)

Postagem feita em uma página da rede social Facebook, que supostamente pertence ao adolescente de 15 anos que denunciou três policiais à Corregedoria da Polícia Militar, alegando ter sido agredido por eles, circula em conversas do aplicativo WhatsApp nesta sexta-feira (21). Uma publicação diz: “prender polícia é a nossa meta”, dando a entender que o menor estava fazendo uma sátira das prisões dos PMs, na terça-feira (19).

A frase é semelhante a um trecho da música “Apologia” de MC Daleste, assassinado em cima do palco em que cantava no dia 7 de Julho de 2013, em São Paulo. Trecho da letra diz: “Matar os policia é a nossa meta. Fala pra nois quem é o poder. Mente criminosa, coração bandido. Sou fruto de guerras e rebeliões. Comecei menor já no 157, hoje meu vício é roubar, profissão perigo. Especialista formado na faculdade criminosa”. Até agora, a polícia não encontrou quem teria feito os disparos contra o cantor.

A frase foi excluída da página após a repercussão. Mas, outras publicações de trechos de músicas ainda aparecem: “Vivendo nesse mundo louco”. Outra cita: “Aqui nós te dá trabalho, igual livro de matemática”. Uma imagem do rapper Snoop Dogg fumando um suposto cigarro de maconha e a frase embaixo dizendo “polícia da universal” foi postada.

O dono da página negou ser ele o menor envolvido no caso. Em conversa por meio do próprio Facebook, disse que o nome completo dele é diferente da identificação do adolescente que supostamente foi agredido pelos policiais.

Disse ainda que não sabe como a postagem foi parar em sua rede social e porque estão o associando ao menor do caso. “Não foi eu que fiz isso. Juro por tudo que é mais sagrado, não faço ideia de como isso parou ali. Foi alvo de algum tipo de racker”, afirmou. Ele disse que vai à polícia para resolver este mal entendido.

Entendo o caso - Três policiais miliares da Força Tática do 1º Batalhão da PM foram presos pela Corregedoria da corporação, em flagrante, após perseguição a a dois homens em uma motocicleta, na tarde de terça (19), no Jardim Imá, em Campo Grande. Os PMs foram autuados por lesão corporal dolosa e encaminhados para o Presídio Militar, após denúncia de terem agredido um dos perseguidos na ocasião, um adolescente de 15 anos.

A família do adolescente denunciou a abordagem e, segundo a versão dele, depois da perseguição, desceu da moto e estava a pé, quando quatro policiais o encontraram, o levaram para uma casa abandonada e três deles teriam o agredido com socos, chutes, tapas e enforcamentos para que dissesse onde mora o motociclista que fugiu. Ele deu seu próprio endereço e, ao chegar próximo de sua casa, gritou aos pais por socorro.

Alegou ainda que, neste momento, o camburão saiu com ele e seus pais, sem seguida, seguiram o veículo. Depois, ainda segundo o menor, os policiais deixaram-no a pé num local distante.

Já os policiais disseram à Justiça que estavam procurando o adolescente que estava em uma moto e desobedeceu ordem de parada. Depois, eles não o encontraram mais. Os militares disseram que “é uma surpresa a denúncia de que eles maltrataram o jovem”.

Ontem, no período da manhã, vários policiais estiveram em frente ao Forúm, onde acontecia a audiência, em forma de manisfestação contra as prisões. A tarde, cerca de 30 deles também fizeram uma espécie de vigília na expectativa da liberação dos PMs. Enquanto isso representantes da ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar) foram ao TJ (Tribunal de Justiça), onde tentaram reverter as prisões preventivas.

Agora, os advogados dos PMs tentam habeas corpus no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

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