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Capital

Para comandante da PM, liberdade de Polaco é "banho de água fria"

Aline dos Santos | 01/03/2012 09:10

Polaco, apontado como maior contrabandista do país, está preso desde novembro

Polaco foi um dos alvos de operação que prendeu policiais por ligação com contrabando. (Foto: Pedro Peralta)
Polaco foi um dos alvos de operação que prendeu policiais por ligação com contrabando. (Foto: Pedro Peralta)

A liberdade de Alcides Carlos Grejianin, o Polaco, apontado como maior contrabandista de cigarros do País, foi recebida com insatisfação pelo comando da PM (Polícia Militar) em Mato Grosso do Sul.

“Foi um banho de água fria em todo esforço e trabalho feito pela polícia. Lamento a decisão da Justiça”, afirma o comandante da PM, coronel Carlos Alberto David dos Santos, que sofreu ameaça de morte de policiais envolvidos no esquema criminoso.

Polaco estava preso desde 23 de novembro, quando foi alvo da operação Alvorada Voraz, de repressão ao contrabando de cigarros. Na última segunda-feira, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu liminar para que Polaco e seu filho Dênis Marcelo Grejianin sejam soltos.

A decisão será cumprida na manhã desta quinta-feira. O alvará de soltura já foi expedido e está sendo checado se há algum impedimento, em outro processo, para que Polaco deixe o presídio de segurança máxima Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima, em Campo Grande.

De acordo com a denúncia, policiais militares recebiam propina para permitirem a livre circulação de carregamentos de cigarros, que obrigatoriamente passam por Porto Murtinho, Bela Vista, Jardim, Sidrolândia e Campo Grande, rota dos contrabandistas vindos do Paraguai, com destino a outros Estados. Seis PMs foram presos e um coronel foi investigado.

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) apura o crime desde outubro de 2010. Foram realizadas apreensões de mais de 50 carretas de cigarros em Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, totalizando sete milhões e quinhentos mil maços apreendidos e um prejuízo em torno de 20 milhões de reais para o grupo criminoso.

A operação foi realizada pelo Gaeco, PRF (Polícia Rodoviária Federal), comando da PM (Polícia Militar), com auxílio do Nurep (Núcleo de Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal), num total de 200 profissionais. O nome “Alvorada Voraz” é alusivo à música do conjunto RPM, que retratava a existência de grupos criminosos formados por agentes públicos envolvidos em contrabando.

Polaco – Alcides Carlos Grejianin é dono de um patrimônio milionário. A justiça federal já sequestrou seis fazendas de propriedade do contrabandista, sendo uma avaliada em R$ 20 milhões. Ele responde a processos por contrabando de cigarro e lavagem de dinheiro. Em fevereiro de 2011, a justiça arrecadou R$ 7 milhões com leilão do gado apreendido.

Em agosto de 2007, Polaco chegou a ser preso quando foi apontado como um dos envolvidos na morte do auditor da Receita Federal, Carlos Renato Zamo. A morte foi em outubro de 2006. Ele foi encontrado carbonizado dentro de um veículo na MS-295, entre as cidades de Iguatemi e Eldorado.

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