Para sindicato e federação, pressão sobre repórter deve ser repudiada por todos
Entidades manifestaram repúdio à intimação da jornalista Geisy Garnes pela Polícia Civil
Depois da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e do deputado federal Fábio Trad (PSD), agora a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e o Sindjor (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul) manifestaram repúdio à intimação da jornalista do Campo Grande News, Geisy Garnes, pela Corregedoria da Polícia Civil.
Na nota, as entidades sustentam que a repórter “foi convocada a prestar esclarecimentos sobre o áudio da discussão, divulgado pelo Campo Grande News, e tem sido pressionada a divulgar a fonte da informação, o que fere severamente o previsto na Constituição Cidadã de 1988 que garante aos jornalistas o sigilo da fonte”.
Vale ressaltar que a intimação não cita o assunto a ser tratado, mas diante das matérias veiculadas sobre desentendimento entre o delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Garcia Geraldo, e a também delegada Daniela Kades, tudo indica que o pedido de esclarecimentos seja sobre esse caso e por que não, tentativa de descobrir a fonte das informações veiculadas?
“O Sindjor-MS e a Fenaj ressaltam que o ato da polícia vai na contramão do Art. 5º, inciso XIV, da Constituição, que afirma taxativamente que “é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”, em especial por considerar o interesse público da divulgação em questão.
Tanto para o sindicato quanto para a federação, a medida adotada pela Polícia Civil deve ser repudiada por toda sociedade. “Tal iniciativa da autoridade policial deve ter também o repúdio de todos os setores da sociedade – a quem clama apoio a esta manifestação –, pois igualmente ataca o direto constitucional à informação”.
As entidades finalizam lembrando que “não existe democracia sem imprensa livre”, se colocando à disposição para dar amparo jurídico tanto à repórter quanto ao Campo Grande News.