Pedreiro acusado de ajudar irmão a matar homem em conveniência é absolvido
Luciano Vilhalva Avalos era acusado de ter segurado vítima pelos braços para que irmão a esfaquea-se
Luciano Vilhalva Avalos, 41 anos, foi absolvido da acusação de participação no assassinato de Rondinelli Ramires Mercado, 34 anos. O crime aconteceu em setembro de 2021 e a vítima foi morta com nove facadas no tórax, abdome e pescoço em uma conveniência na Rua Aguaracema, Vila Santo Eugênio, em Campo Grande.
O pedreiro estava preso e era acusado de ter segurado os braços a vítima enquanto seu irmão Ângelo Vilhalva Ovando, de 30 anos, cometia o crime de homicídio. Luciano sentou no banco dos réus na manhã desta quarta-feira (21) e em seu depoimento ele alegou não se lembrar do que aconteceu naquela noite e afirmou não saber o que fez pois estava muito bêbado.
“Estou no escuro, eu não lembro de nada aquela noite. Só me recordo quando os policiais chegaram na casa do Angelo e depois me lembro de estar chegando na Santa Casa. Eu não sei o que fiz naquela noite. Estava bebendo desde às 15h30 e não tinha almoçado, acho que por isso fiquei tão doido”, alegou o pedreiro.
A defesa do réu foi feito pelo Defensor Público, Rodrigo Antônio Stochiero Silva, que afirmou não negar a participação de Luciano no crime, no entanto, o pedreiro não tinha a intenção de matar Rondinelli, apenas entrou na briga para ajudar o irmão e todos os envolvidos estavam muito alterados.
Acompanhando júri, a mãe da vítima disse ao Campo Grande News que acreditava na Justiça e esperava que Luciano fosse condenado.
“Não me importa o quanto eles me peçam perdão, eu não aceito. Arrancaram um pedaço de mim. O Rondinelli era meu amigo, meu companheiro. Ele era meu caçula, meu menino. A dor que senti quando vi aquela poça de sangue ninguém vai tirar de mim”, desabafou a mulher.
Luciano foi pronunciado por homicídio qualificado, mas o Conselho de Sentença, por maioria de votos, acabou acolhendo a tese de que ele não teria segurado a vítima e então o pedreiro foi absolvido. A sentença é assinada pelo presidente da 2ª Vara do Tribunal do Júri, juiz Aluizio Pereira dos Santos.
O caso- Rondinelli foi morto com nove facadas na região do tórax, abdome e pescoço, em uma conveniência na Rua Aguaracema, na Vila Santo Eugênio. A hipótese levantada pela polícia é que Ângelo esfaqueou a vítima depois de receber uma chamada de atenção por mexer com a mulher que Rondinelli estava acompanhado. Luciano, irmão de Ângelo, teria ajudado no crime segurando os braços da vítima.
Condenado - Em julho deste ano, o auxiliar de serviços gerais Ângelo Vilhalva Ovando foi condenado a 16 anos e seis meses de prisão em regime fechado pela morte. O réu foi denunciado por homicídio qualificado por motivo torpe e meio cruel e confessou o crime.