PM descarta usar tropa de choque e espera manifestação pacífica
Cinco jovens que organizam a manifestação marcada para amanhã (20) em Campo Grande e o Coronel Carlos Alberto Davi, comandante da Polícia Militar, se reuniram na manhã de hoje para definir o trajeto da passeata que promete reunir cerca de 30 mil pessoas na avenida Afonso Pena. As ações da polícia e a presença da tropa de choque também foram discutidas na reunião.
A polícia afirma que irá acompanhar o movimento e a tropa de choque não estará presente durante a manifestação. A reunião entre os organizadores e o comando da PM durou cerca de 1 hora no comando geral, localizado no Parque dos Poderes.
O encontro foi um pedido dos organizadores que protocolaram ofício solicitando apoio da polícia e da Ciptran (Companhia Independente de Polícia de Trânsito) durante a passeata. “A polícia não será ostensiva e nós apoiamos todo tipo de manifestação democrática”, afirma o comandante.
O efetivo da polícia que estará presente no trajeto não foi divulgado pelo comandante que descarta qualquer ato violento durante o protesto. “A polícia não trabalha com a hipótese de violência e confia nos organizadores que defendem um ato pacífico”, diz Davi.
Ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), do Corpo de Bombeiros, agentes da Ciptran e da Agetran (Agência Municipal de Trânsito) irão acompanhar a multidão. Segundo os organizadores, a concentração será às 17 horas na Praça do Rádio Clube e os manifestantes começarão a passeata às 18h30.
O itinerário definido em conjunto com a PM será o seguinte: os manifestantes saem da Praça do Rádio, seguem pela Afonso Pena em direção à Avenida Ceará, chegam até a Ricardo Brandão, se concentram em frente à Câmara de Vereadores, voltam em direção ao Shopping Campo Grande e depois retornam ao ponto inicial.
Dois trios elétricos serão posicionados no início e no fim da manifestação e servirão para a comunicação da organização com a população. Os organizadores afirmam que a data prevista para encerramento da passeata é 20 horas, mas que o horário pode ser prorrogado dependendo da quantidade de manifestantes.
A avenida Afonso Pena será interditada e os agentes de trânsito irão indicar as rotas alternativas para os motoristas. Um dos organizadores do movimento é o estudante de Direito, Ângelo Lorenzo, de 18 anos. Ele lembra que o manifesto é um apoio aos protestos que acontecem em todo o País, mas também há reivindicações locais.
“Cada pessoa tem sua reivindicação, mas temos dois focos principais: o transporte público e a situação da saúde em Campo Grande”, explica o estudante.
Questionados sobre os recentes atos de vandalismo que aconteceram no fim dos protestos em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, os organizadores do movimento campo-grandense afirmam repudiar qualquer ato violento.
“Nós estamos vendo que a violência está acontecendo no fim dos protestos e nós não queremos isso aqui. Por isso montamos uma comissão de segurança que ficará com rádios comunicadores para que qualquer incidente seja denunciado à polícia”, explica Vitor Del Campo, de 20 anos.
Em todo o Estado – O Coronel da Polícia Militar afirma que manifestações semelhantes já aconteceram e estão programadas para outras cidades do interior de Mato Grosso do Sul. Existem protestos marcados em Dourados, Três Lagoas, Coxim, Nova Andradina, Corumbá, Naviraí e Ponta Porã.