Polícia faz reprodução simulada sobre três mortes na quimioterapia
A Polícia Civil faz reprodução simulada na manhã desta quarta-feira do atendimento no setor de quimioterapia da Santa Casa. No mês passado, três pacientes morreram após o procedimento.
De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, da 1ª Delegacia de Campo Grande, o objetivo é analisar o passo a passo do atendimento, desde a entrada do paciente, incluindo prescrição médica e o processo de infusão de medicamento.
No entanto, as mulheres que morreram fizeram quimioterapia no Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul, empresa terceirizada que prestava serviço para o hospital. A Santa Casa reassumiu a quimioterapia após os óbitos.
“Quero ver como eram feitos os procedimentos, a manipulação. A partir disso, confrontar com documentos, depoimentos. Ver se houve irregularidade, negligência”, afirma a delegada.
Ainda de acordo com ela, um dos pontos que chamou a atenção foi incoerência no livro de registro da manipulação, pois alguns procedimentos não eram adotados como deveriam. Um exemplo é fazer o atendimento num dia, mas lançá-lo somente no dia posterior.
De acordo com o advogado da empresa terceirizada, Felipe Barbosa, isso não interferiu no atendimento às vítimas. “Não era de primeira importância”, explicou. Uma equipe de médicos, farmacêuticos e enfermeiros do Centro de Oncologia acompanha a delegada.
“Os meus clientes estão colaborando com as investigações. Assim como a polícia, queremos saber o que de fato aconteceu”, afirma o advogado.
Na apuração, os corpos de Carmen Insfran Bernard, 48 anos, Maria da Glória Guimarães, 61 anos, e Norotilde Araújo Greco, 72 anos, foram exumados. O procedimento foi porque não havia sido realizada necrópsia.