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Capital

Polícia segue “rastros” de quadrilha que explodiu caixas no Laucídio Coelho

Osvaldo Júnior e Anahi Gurgel | 12/10/2017 16:07
Parque Laucídio Coelho, um dia após o roubo cinematográfico; acesso está mais difícil (Foto: Anahi Gurgel)
Parque Laucídio Coelho, um dia após o roubo cinematográfico; acesso está mais difícil (Foto: Anahi Gurgel)

Rastros deixados durante o roubo das agências do BB (Banco do Brasil), localizadas no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande, devem agilizar a prisão dos integrantes da quadrilha. A expectativa é do delegado Fábio Peró, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), que está à frente do caso.

Na madrugada desta quarta-feira (dia 11), os bandidos explodiram as agências em uma ação cinematográfica. A quadrilha empregou técnicas que indicam se tratar de criminosos especializados: foi usado explosivo menos prejudicial às cédulas de dinheiro, houve troca de carros na fuga e pregos foram deixados nas ruas para dificultar a perseguição policial.

O delegado Fábio Peró explicou que não poderia informar detalhes da investigação para não atrapalhar o trabalho da polícia. Ele apenas fez comentários gerais sobre o caso. Conforme Peró, os bandidos deixaram pistas que podem agilizar a prisão.

Depois da perseguição e tiroteio, a polícia apreendeu um veículo Golf, onde havia munições de pistola calibre 9 mm (de uso restrito), fuzil 556 e pistola ponto 40. Também foi apreendido um Logan, deixado abandonado na rotatória da Avenida Interlagos. No veículo, havia pote de “miguelitos”, estrelas de prego. As apreensões e outros detalhes das ações dos bandidos podem encurtar o tempo para suas prisões.

Cangaço e facções – Para o delegado, a ação ocorrida em Campo Grande não caracteriza o chamado “novo cangaço”. Ele explica que esse tipo de ação é realizada, de modo geral, em cidades do interior. Os bandidos invadem delegacia, rendem policias, explodem banco; enfim, tomam a localidade em ações planejadas.

Apesar de o crime na Capital também ter sido feito possivelmente por ladrões especializados, não seria do tipo “novo cangaço”. Também não seria possível afirmar se há relação com facções criminosas, com ações articuladas de dentro de presídios. “Ainda é prematuro para fazer qualquer afirmação desse tipo”, disse o delegado.

Ele apenas disse acreditar que o planejamento foi feito com tempo por se tratar de uma capital. Para isso, integrantes da quadrilha poderiam estar residindo na cidade. “Pode ser qua eles tivessem uma base aqui”, finalizou.

Traquilidade – Um dia depois do crime, o ambiente é de tranquilidade do parque – característica que também se relaciona ao feriado desta quinta-feira.

Há provável orientação para rigor maior na permissão de acesso ao parque, conforme sinalizou uma fonte do local.

Agência do Banco do Brasil na manhã de quarta-feira, depois da ação dos bandidos (Foto: Marcos Ermínio)
Agência do Banco do Brasil na manhã de quarta-feira, depois da ação dos bandidos (Foto: Marcos Ermínio)

Crime - Conforme relatos de testemunhas, cinco ladrões chegaram às 2h20 de quarta-feira ao local e pularam o portão. Um dos dois seguranças percebeu a ação e chegou a sacar a arma, mas acabou rendido junto com o colega. Eles foram amarrados e levados para a guarita.

Os ladrões afirmaram que não iriam agredi-los e somente queria o “que era deles”. Em seguida, explodiram os dois caixas eletrônicos. Neste ínterim, outros dois homens, que passavam pelo local, foram rendidos e também levados para a guarita.

Na fuga, num Golf, a quadrilha foi abordada por quatro policiais militares. Houve troca de tiros na esquina das ruas Tenente Aviador Pedro Correia Ducan e Paraguai. Após troca de carro, o grupo fugiu.

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