Policiais presos durante operação ameaçavam comandante geral da PM
As ameaças contra o comandante Geral da PM, Carlos Alberto David, que tiveram início antes da operação Holambra, em outubro, quando oito policiais militares foram presos por envolvimento com contrabando de cigarros, foram estendidas para a família dele e para integrantes do serviço de inteligência da Polícia.
As ameaças foram feitas por ligações telefônicas direcionadas a casa dele. Os integrantes do serviço secreto também receberam ligações com ameaças de morte.
Segundo o comandante da PM, há uma preocupação das autoridades que estão realizando as operações com eventuais relaxamentos das prisões dos policiais. Eles temem que os detidos, se liberados para cumprir em liberdade, ameacem testemunhas e consigam desqualificar as provas.
O comandante disse ao Campo Grande News que está determinado a punir os maus policiais e a faxina está só começando. “Não vou descansar enquanto não fizer uma limpeza na instituição. A população tem que ter a tranqüilidade de quando vir um PM fardado saber que ali tem um representante da lei honesto, com bons princípios e que não representa ameaça para o povo”, diz.
O Campo Grande News apurou que entre os presos na operação Alvorada Voraz, deflagrada hoje (23) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal, existia uma “certa tranqüilidade” de que não aconteceria nada com eles, porque havia a informação de que se algo desse errado para a quadrilha, eles teriam como “pegar” o comandante e os membros da família dele.
Nas últimas três operações coordenadas pelo Ministério Público Estadual, 28 policiais militares foram presos por envolvimento com o contrabando de cigarros. Todos continuam presos.
Ameaças - De acordo com fontes do Campo Grande News, a informação inicial era de que o bando preso durante a operação Holambra, em outubro, teria contratado pistoleiros paraguaios para matar o comandante, mas, depois foi constatado que as ameaças eram feitas por policiais que integravam a quadrilha envolvida no contrabando de cigarros.
Conforme apurado pela reportagem, os militares queriam ‘apagar’ o comandante porque a PM intensificou o trabalho de fiscalização nas rodovias e com isso o número de apreensões aumentou, situação que prejudicou a quadrilha.
O bando também fez ameaças ao comandante da Polícia Militar Rodoviária, major Joilson Queiroz Sant’Ana, que está sob escolta da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais).