Presos em operação assistiam vídeos de estupros de crianças por até 13h
Advogado e vendedor da Capital integram lista de 90 presos em todo o país na ação contra pornografia infantil
Presos na megaoperação Luz da Infância em Campo Grande passavam até 13h vendo vídeos de pornografia infantil. A delegada Marília de Brito Martins, que está à frente das investigações, definiu como "pesado" o conteúdo recuperado pela polícia nos equipamentos apreendidas.
A Polícia Civil saiu as ruas na sexta-feira (20) em 24 estados e no Distrito Federal, à caça de provas contra uma rede nacional de compartilhamento de pornografia infantil. Na Capital, um advogado de 64 anos e um vendedor de 27 anos foram presos.
Conforme a delegada da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), os horários variavam pelo local de acesso dos suspeitos. “Enquanto o advogado acessava mais durante o dia, pelo escritório, o vendedor via o conteúdo de madrugada”, detalha.
Todo material apreendido, como computadores e outros dispositivos eletrônicos, que permitiam o armazenamento do conteúdo já está na nas mãos de peritos. “Técnicos de informática nos auxiliaram durante a operação, e conseguimos recuperar pelo menos 60% do material que acessado pelos suspeitos”, afirma Marília.
Ainda segunda ela, o conteúdo visto era “pesado”, pois envolvia crianças de variadas idades que praticavam diferentes formas de sexo. “No primeiro momento o advogado permaneceu em silêncio, mas durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão ele acabou confessando que acessa o conteúdo. Já o vendedor alega que baixava pornografia, mas não tinha conhecimento que junto estavam vídeos com crianças”.
O próximo passo é ouvir pessoas próximas e relatar todo material apreendido para a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) que coordenou as ações a nível nacional.
Operação – Pelo menos 90 pessoas foram presas em todo Brasil. Em Campo Grande, a força-tarefa cumpriu três mandados de busca e apreensão em endereços residenciais no Jardim Noroeste e Guanandi e em um escritório de advocacia na Vila Rosa Piras, região do Itanhangá, um bairro nobre da Capital.
“Trata-se de uma rede de compartilhamento de imagens. E para entrar nessa rede, a pessoa já tem que ter um material a disponibilizar”, explicou o delegado Paulo Sérgio Lauretto, em coletiva na sexta-feira.
Advogado e vendedor passaram por audiência de custódia hoje (23) e tiveram as prisões em flagrante convertidas em preventiva, ou seja, sem data para terminar.