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Capital

Promotor conclui que policiais ajudaram 'Coreia' a enganar a Justiça

Promotor solicitou que policiais sejam investigados por fraude processual, falso testemunho e prevaricação

Luana Rodrigues | 23/01/2017 18:47
Vídeos feitos por testemunhas mostram policial rodoviário federal circulando livremente por local do crime. (Foto: Reprodução/ Vídeo)
Vídeos feitos por testemunhas mostram policial rodoviário federal circulando livremente por local do crime. (Foto: Reprodução/ Vídeo)

Além de matar Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, e tentar contra vida de Agnaldo Espinosa, 48 anos, e de um adolescente de 17 anos, que estavam no carro do empresário, o policial rodoviário federal, Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, teria cometido outro crime no dia 31 de dezembro. Isto, com a ajuda de colegas da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e policiais militares e civis.

Em denúncia apresentada nesta segunda-feira (23), o promotor de justiça Eduardo José Rizkallah afirma que ‘Coreia’, como é conhecido entre os amigos, também deve ser responsabilizado por fraude processual. 

Conforme o promotor, para legitimar seus atos, Moon tentou transparecer que trajava uniforme completo da instituição em que é lotado, no momento da abordagem ao carro do empresário. No entanto, como comprovam fotos e vídeos de testemunhas, o policial estava vestindo camisa listrada, e teria trocado de roupas para manter uma versão que não existe.

Segundo o Ministério Público, para isto, o policial foi ajudado por terceiras pessoas, no caso policiais que acompanharam a ocorrência, "que prestaram seus depoimentos tentando aparentar veracidade à farsa". Desta forma, “tentou induzir o erro ao juízo, visando produzir efeitos favoráveis a si próprio em processo penal”, afirma.

Em razão dos fatos graves informados na denúncia, o promotor de justiça solicitou que, caso seja condenado, Moon perca o cargo público de agente da Polícia Rodoviária Federal.

Na denúncia, Rizkallah também solicitou a apuração dos crimes de fraude processual, falso testemunho e prevaricação, por parte de policiais militares, pelo delegado de polícia e pelos policiais rodoviários federais que estiveram no local do crime, em razão de indícios de terem induzido o juízo ao erro, para beneficiar o acusado.

O caso de 'Coreia' agora segue para o judiciário. A Justiça tem o prazo de cinco dias para analisar a denúncia feita pelo promotor. Caso a denúncia seja aceita, o policial vai ser julgado pelo Tribunal do Júri. Na hipótese de que seja condenado, pode pegar uma pena de 12 a 30 anos de prisão.

Moon permanece na carceragem na sede do Garras (Delegacia Especializada e Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), onde está preso desde o dia 5 de janeiro, até próxima decisão da Justiça. O advogado dele, Renê Siufi, não atendeu às ligações da reportagem.

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