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Capital

Proteco deixa Aquário, operários ficam sem salário e dinheiro para alimentação

Antonio Marques | 24/07/2015 13:30
O pedreiro José Alves Souza, (centro) é um dos trabalhadores que espera receber os direitos trabalhistas da Proteco e voltar com os colegas para o Nordeste. (Foto: Fernando Antunes)
O pedreiro José Alves Souza, (centro) é um dos trabalhadores que espera receber os direitos trabalhistas da Proteco e voltar com os colegas para o Nordeste. (Foto: Fernando Antunes)

A maior parte dos 34 funcionários, contratados pela Proteco Construções Ltda, afastada pelo governo do Estado das obras do Aquário do Pantanal, quer voltar para o Nordeste. Tem trabalhador que chegou há um ano e meio, enquanto os mais recentes estão na Capital há três meses. Depois de terem o vale alimentação cortado no início do mês e o vale salarial não pago no último dia 20, eles realizaram um protesto na manhã de hoje, 24, na frente da obra.

Nesta semana, após recomendação do MPF (Ministério Público Federal), o Governo afastou a Proteco das obras do Aquário, que chegou a ser contratada para substituir a Egelte Engenharia. A empresa de João Amorim receberia R$ 125 milhões. O secretário de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, informou que a Egelte vai reassumir a obra. 

Segundo os trabalhadores, a Proteco foi buscá-lo em suas cidades nos estados de Sergipe, Alagoas, Piauí e no Ceará e vieram em ônibus fretado pela Proteco. Porém, depois dos problemas surgidos com a deflagração da Operação Lama Asfáltica, que culminou na suspensão do contrato pelo governo do Estado, eles começaram a sentir as consequências dos fatos.

Primeiro, foi a suspensão do vale alimentação no início do mês. Menos R$ 240,00 que ajudava na comida. Nesta semana, a empresa não fez o pagamento do vale salarial do dia 20, o que deixou os funcionários revoltados e, sem informação sobre a regularização, decidiram cruzar os braços.

Na manhã de hoje realizaram um protesto no canteiro da obra, depois de perceberam a retirada de máquinas e equipamentos pela empresa. “Hoje não tivemos café da manhã e só chegou o almoço em razão da nossa manifestação”, contou o pedreiro José Alves Souza, 38 anos, que deixou a família há seis meses na cidade de Canindé de São Francisco, em Sergipe.

José Souza disse que diante dos problemas ocorridos, a grande maioria dos colegas querem voltar pra casa. “Estamos sem saber o que vai acontecer conosco. Queremos receber a rescisão e voltar pra casa”, declarou, ansioso para rever sua família.

Há um ano trabalhando na obra, concluído no último dia 22, o também pedreiro Luciano Silva, 27 anos, também está na expectativa de retornar com o amigo José Souza para Sergipe. “Nessa incerteza que ficamos é melhor recebermos nossos direitos e voltar para casa”, comentou ele, que neste período sequer visitou à família uma vez.

O grupo de trabalhadores que, somam mais dois haitianos, moram em alojamento na Vila Progresso. Apenas um trouxe a família do Nordeste para Campo Grande e pretende permanecer na cidade. Por isso, preservamos a identidade para evitar represália.

Apesar da insegurança, José Souza disse que o representante do sindicato dos trabalhadores na construção civil esteve na obra hoje pela manhã, durante o protesto, e garantiu a eles que os direitos trabalhistas estão assegurados e que a entidade vai acompanhar de perto a transição com a substituição da empresa Proteco na obra.

Na obra do Aquário tem, pelo menos, mais duas empresas além da Proteco. Os trabalhadores das outras empresas estão trabalhando normalmente, depois de uma semana de paralisação por falta de energia elétrica no local.

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