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Capital

Publicitária denuncia precariedade do CCZ e maus-tratos a animais

Flávia Lima | 31/12/2015 13:41
Marina e o marido no dia em que adotaram Pingo. (Foto:Arquivo pessoal)
Marina e o marido no dia em que adotaram Pingo. (Foto:Arquivo pessoal)

O que era para ser um local que garantisse a saúde e o bem-estar dos animais colocados para adoção, mostra abandono, sujeira e infestação de doenças, que só pioram o quadro dos cães e gatos que chegam ao local já debilitados.

Esse é o cenário que a publicitária Marina Bellinaso, 24, diz ter encontrado no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) da Capital e denunciado em sua página no Facebook, após a morte do filhote de pouco mais de 30 dias que ela adotou no local, no dia 26.

Batizado de Pingo, o filhote deveria diminuir a dor de Marina e de seu marido, que em novembro perderam o último cão da família para a leishmaniose. No entanto, o processo de adoção de Pingo acabou traumatizando ainda mais o casal.

Segundo a postagem da publicitária, que reafirmou a história para o Campo Grande News, a sujeira domina as baias onde os cães e gatos são colocados para adoção.

Muitos, de acordo com ela, estão raquíticos e a maioria apresenta pulgas e carrapatos. “Cheguei a pegar um no colo que a orelha estava dura de tanto bicho. Não sei porque deixam os animais naquela situação. É só pulverizar o local com um produto adequado que já ajuda ”, diz.

Após ser recebida por uma funcionária, Marina foi até as baias para escolher o filhote e disse ter ficado indignada com a situação dos animais. No dia em que foi ao local, havia pelo menos dez cães adultos e 15 filhotes.

Alguns estavam, segundo ela, amontoados e sendo alimentados com ração para animais adultos.

“Por isso estavam desnutridos. Filhotes não comem esse tipo de ração. O Pingo chegou em casa e comeu como um desesperado de tanta fome”, relata.
Ainda conforme a publicitária, as pulgas eram tão evidentes que mesmo a uma certa distância era possível observar o parasita nos cães.

“Fiquei chocada. Um lugar que deveria ser exemplo de limpeza tinha as baias repletas de urina e fezes dos animais. Nem vassoura vi no lugar”, lembra.

Após escolher o cãozinho, ela o levou imediatamente a um veterinário para que ele pudesse passar por exames e fosse vermifugado. Foi aí que ela descobriu que o filhote não tinha, sequer, 45 dias, tempo mínimo necessário para disponibilizar para adoção.

Além disso, Pingo também já apresentava Erliquiose, conhecida popularmente como a doença do carrapato.

Marina conta que começou a medicá-lo, mas logo depois que o cãozinho ingeriu o vermífugo, começou a passar mal. “Ele ficou molinho e teve que ser internado”, diz. Como ainda era praticamente recém-nascido, ficou muito debilitado e precisou ser internado. Apesar de todos os cuidados, ele não resistiu e morreu na madrugada desta quinta-feira (31).

O desabafo pela morte de Pingo, que ela atribui em parte pela situação em que ele estava no CCZ,foi através de uma postagem. “Esse lugar tem que ser eliminado! É uma vergonha!!!!! E por ser de dinheiro público (ou seja: NOSSO DINHEIRO), deviam ter mais cuidado, higiene e dedicação com estes bichinhos! Pois na hora de ir na casa da gente pra pegar um animal pra sacrificar é muito fácil, mas o mínimo de cuidado é praticamente impossível né?”, diz a mensagem.

Revoltada com o cenário observado e a situação de abandono constatada dos animais, ela diz que pretende acionar os órgãos de saúde pública e formalizar uma denúncia. “Eu ainda quero adotar um cãozinho porque sinto falta, mas agora nem sei onde recorrer porque não acho justo pagar por um bichinho enquanto tem tantos na rua”, afirma.

O Campo Grande News buscou contato com a prefeitura e a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) através de e-mail e pelo celular, porém, até o fechamento dessa matéria não obteve retorno.

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