Rede em incubadora é afago para bebês prematuros nas dores do tratamento
Os pequenos pacientes são colocados em posição semelhante a que ficavam no útero
A rede de descanso dentro da incubadora é mais do que uma imagem comovente na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Campo Grande. O artefato é um afago para os bebês prematuros que enfrentam dura jornada de tratamento.
Quem nasce antes das 37 semanas de gestação passa por procedimentos dolorosos, como punções, coletas de exames, exposição à luz, ruído e manipulação constante.
Para aliviar as tensões, a pediatria da Santa Casa adotou o método da rede de descanso. Os bebês são colocados em posição semelhante a que ficavam no útero da mãe.
“São procedimentos dolorosos. Temos estudos que afirmam que esses prematuros passam às vezes por 100 procedimentos dolorosos por dia. Então, colocamos eles nessa rede terapêutica para simular como se estivessem dentro do útero da mãe. Eles ficam naquela posição mais acolhida, mais aconchegada, mais quentinha, não tem o líquido amniótico que teria no útero, mas isso remete a esse conforto. E aí temos melhorias para esse bebê, como frequência cardíaca, saturação e estresse”, afirma a fisioterapeuta Aline Gomes.
Para o bem-estar dos pequenos pacientes, o método é adotado por algumas horas durante o dia. Nesse período na rede, os bebês são virados para um lado e depois para o outro, sempre pensando em posições que lhes garantam conforto.
No caso de bebês maiores, segundo a neonatologista Adélia Rezende Lopes, que confeccionou e forneceu as atuais redes de descanso para a UTI, o método pode ser adaptado.
“Os maiores, que ficam no berço, fazemos um carrinho para colocar a ‘redinha’, porque precisa ajustar de outra maneira. Já os bebês que estão na incubadora, ficam na própria incubadora, mas os que são maiores têm um carrinho e aí faremos uma adaptação para colocar”, afirma.
De janeiro até março de 2024, 839 bebês nasceram na Santa Casa de Campo Grande. Do total, 58 bebês permaneceram no Centro Obstétrico aguardando vagas. Ou seja, a cada 15 nascimentos, um deles precisou de atendimento na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
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