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Capital

Réu por assassinato de garagista é condenado a 25 anos de prisão

Processo foi desmembrado e apenas Vitor Hugo de Oliveira Afonso foi julgado nesta quarta-feira

Por Ana Paula Chuva | 26/06/2024 16:10
Vitor Hugo sentado no banco dos réus durante julgamento nesta quarta-feira (Foto: Henrique Kawaminami)
Vitor Hugo sentado no banco dos réus durante julgamento nesta quarta-feira (Foto: Henrique Kawaminami)

Vitor Hugo de Oliveira Afonso, o “Primo”, foi condenado a 25 anos e onze meses de prisão por envolvimento no assassinato do garagista Carlos Reis de Medeiros de Jesus, conhecido como “Alma”. A sentença foi dada durante o julgamento que aconteceu nesta quarta-feira (26), ocasião em que o acusado negou ter esfaqueado e escondido o corpo da vítima alegando que eram amigos. O caso foi investigado pela DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios e de Proteção à Pessoa).

Apesar do trabalho de investigação da especializada, o corpo do garagista nunca foi encontrado. NO entanto, outras provas fizeram com que a equipe policial chegasse aos autores da execução e da ocultação do cadáver de Alma. Além de Vitor Hugo, são réus pelo crime Thiago Gabriel Martins da Silva, o “Especialista” ou "Thiaguinho do PCC", que está preso na Bolívia, e Kellisson Kauan da Silva, foragido da Justiça.

Nesta quarta-feira, apenas Vitor Hugo foi julgado, já que o processo foi desmembrado. Ele foi denunciado pelos crimes de homicídio, furto e apropriação indébita, e ocultação e cadáver. Primo foi apontado como a pessoa que esfaqueou o garagista em uma oficina na Avenida Gunter Hans, que pertencia a Thiaguinho, e depois ajudou a esconder o corpo.

Na frente do juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Primo explicou que Alma fazia agiotagem e ajudava a cobrar favores. Ele também afirmou que conheceu Thiago através da vítima, mas não sabia quem era Kellison, o outro acusado de participação no crime. Vitor Hugo ainda afirmou que pegou dinheiro emprestado com o garagista, mas que antes da morte já havia quitado a dívida.

A sessão de julgamento teve início por volta das 8h de hoje e às 15h a decisão foi protocolada. Silmara Cher Trindade Felix, advogada que atua na defesa de Vitor Hugo, sustentou as teses de negativa de autoria, além de ausência de materialidade para o homicídio e o afastamento das qualificadoras.

Porém, por maioria de votos do Conselho de Sentença, Primo foi condenado a 21 anos por homicídio qualificado, um ano e nove meses pela ocultação de cadáver e mais três anos, dois meses e 15 dias pelo furto qualificado. Totalizando 25 anos, onze meses e 15 dias.

Entenda - O assassinato do garagista envolve relação da vítima com Thiago Gabriel Martins, filho de José Venceslau Alves da Silva, ou "Celau", homem com extensa ficha criminal, com quem Alma também tinha negócios. Em um áudio obtido pela polícia, Alma teria revelado ter "despejado bastante dinheiro desse velho na praça", se referindo a Celau, que morreu em 2020.

A investigação aponta que Thiaguinho agiu para recuperar a herança do pai, já que estava preso quando Celau morreu.

Homicídio - A investigação indica que Alma foi assassinado por Thiago Gabriel, que teve ajuda dos funcionários, em uma oficina do Aero Rancho. Na data do desaparecimento, 30 de novembro de 2021, foi atraído para o estabelecimento na Avenida Gunter Hans, a fim de tratar de negócios. Por ser comum o tipo de conversa entre eles, Alma não desconfiou.

Ao chegar no comércio, o garagista estacionou a caminhonete S-10 na Avenida Gunter Hans e se dirigiu para o fundo da oficina, como era de costume. No local, estava Thiago, Primo, Rodrigo José Martins da Silva (irmão de Thiago) e outro funcionário. Houve uma discussão, então Alma foi executado com aproximadamente três tiros em "pleno horário comercial", como discorre trecho da investigação.

Depois, o corpo foi esquartejado, com apoio principalmente de Primo, que já teria cometido esse tipo de crime no Acre, sendo "fácil" para ele ocultar o corpo. Depois, Thiaguinho do PCC chamou todos os funcionários, afirmando que "quem abrisse a boca teria o mesmo fim". O local foi lavado por um funcionário e depois o corpo foi levado para um lugar ainda desconhecido em uma caminhonete de cor prata.

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