Sem receber, empresa desiste de contrato e cemitério estão sem manutenção
Os cemitérios públicos de Campo Grande (Santo Amaro, Santo Antônio e São Sebastião) há pelo menos 40 dias estão sem manutenção e com isto, a vegetação cresceu nos corredores de acesso aos túmulos, há lixo amontoado e recipientes de água (especialmente garrafas de refrigerantes) o que cria ambiente favorável ao surgimento de focos do mosquito transmissor da dengue, zika vírus e febre chikungunya.
Desde o início de dezembro a empresa terceirizada contratada (a Taira Prestadora de Serviços), desistiu do contrato depois de seis meses sem receber, acumulando um crédito de R$ 1.162 mil. O contrato, firmado em julho do ano passado, com vigência até o último dia 3, previa pagamentos mensais de R$ 193.800,00 mil pelo serviço.
Embora a Prefeitura garanta que a limpeza foi assumida por funcionários da Secretaria de Infraestrutura e tem sido prejudicada pelas chuvas que caíram nos últimos 15 dias, a realidade encontrada pela reportagem do Campo Grande que visitou os cemitérios São Sebastião e Santo Amaro, é bem diferente.
Conforme depoimento dos próprios funcionários que atuam na parte administrativa das necrópoles, há muito tempo o serviço de capina e limpeza não é feito. Em alguns túmulos há vasos de flores (artificiais) cheios d’água limpa da chuva, uma autêntica "maternidade" para a eclosão de ovos que darão origem a novos exemplares de Aedes aegypti .
O aposentado Antonio Leite Daniel, 60 anos, que mora do Cemitério Santo Amaro, com a situação. "Com esta epidemia de dengue não se brincar. Isto aquilo, do que jeito está, é um lugar ideal para o mosquito da dengue", avalia Antonio, que diz rezar diariamente para não voltar pela experiência de contrair dengue. "Peguei dengue hemorrágica e só eu sei quanto sofri", relata.
No início de dezembro passado a 29ª Promotoria de Justiça recomendou a prefeitura que promovesse licitação e não renovação o contrato com a Taira Prestadora de Serviço que venceria no mês seguinte.
No entendimento do órgão, o caráter emergencial apresentado pelo Executivo como justificativa para burlar o pregão não pode ser aceito. É inadmissível, segundo o MPE, que o gestor não tome nenhuma medida sabendo que determinada situação possa ocorrer e tornar necessário um contrato temporário.
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