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Capital

Setores viram atividades essenciais, mas funcionário não é prioridade na vacina

Lista tem bancário, oficial de Justiça, comerciário, jornalista, caixa de supermercado

Aline dos Santos | 20/06/2021 16:34
Bancários saíram às ruas para protestar: são essenciais na hora de trabalhar, mas não na hora de vacinar. (Foto: Marcos Maluf)
Bancários saíram às ruas para protestar: são essenciais na hora de trabalhar, mas não na hora de vacinar. (Foto: Marcos Maluf)

Em um ano e três meses de pandemia de coronavírus, que de onda em onda assola Mato Grosso do Sul, o poder econômico fez crescer a lista de serviços essenciais (aqueles que não podem parar), mas muitos trabalhadores ficaram de fora de outra lista: a dos prioritários na hora da vacinação.

Ou seja, chegamos até aqui com muita gente essencial na hora de trabalhar, mas não na hora da “vacina no braço”. Nessa lista, estão, por exemplo, bancários, oficiais de Justiça, comerciários, jornalistas e caixas de supermercados.

Na mais recente investida, o comércio também quer adentrar a lista de serviços essenciais. O pedido ao governo do Estado partiu da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande).

A Abrasel MS (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso do Sul) também pediu ao Estado "para que sejam retirados os itens 2.2 - Restaurantes das Atividades Não Essenciais de Baixo Risco e 3.3 Bares e afins das Atividades Não Essenciais de Médio Risco", para virarem essenciais.

Desta forma, restaurantes, shoppings, cabeleireiro, barbearia e salões de beleza ficariam a salvo das medidas restritivas mais duras. A entidade se preocupou em especificar que representa mais de oito mil empresas, mas não divulgou quantos trabalhadores emprega.

Na última sexta-feira (dia 18), a SES (Secretaria Estadual de Saúde) informou que as categorias não serão incluídas nos grupos prioritários de imunização. A decisão foi tomada depois de reunião entre a pasta e o Cosems/MS (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde).

No dia 9, profissionais da imprensa se reuniram em frente ao prédio da SES. (Foto: Saul Schramm)
No dia 9, profissionais da imprensa se reuniram em frente ao prédio da SES. (Foto: Saul Schramm)

Neste domingo, o secretário Geraldo Resende lembrou que a maioria dos secretários foi contra a ampliação dos grupos prioritários. Porém, destaca que imunização também avança nos municípios pela faixa etária, o que abarca essas categorias de trabalhadores.

Na  última quarta-feira, bancários atravessaram Campo Grande em protesto pela prioridade na campanha de vacinação.

“Milhares de pessoas passam todos os dias nas agências. Tivemos que fazer plantão aos fins de semana para atender a população. Os idosos vão sacar o salário, as pessoas vão para o auxílio [emergencial]. Estamos nos cuidando, mesmo assim muitas pessoas circulam e as agências se tornam foco de disseminação”, afirmou Neide Maria Rodrigues, de 50 anos, que coordenou o protesto.

No início de junho, jornalistas se reuniram em frente ao prédio da Secretaria de Estado de Saúde para pedir a inclusão dos profissionais de imprensa nos grupos prioritários.

“É crucial. A categoria está inserida no decreto nº 10.288, de 22 de março de 2020 como essencial no combate a Covid-19, mas não figura no Programa Nacional de Imunizações. Os repórteres estão expostos a infecção, por ser da linha de frente. Se não fosse o trabalho da imprensa, essa pandemia que está drástica seria pior ainda”, afirmou o presidente do Sindjor-MS (Sindicato dos Jornalistas Profissionais), Walter Gonçalves.


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