Sinalizações improvisadas alertam sobre riscos pelas ruas de Campo Grande

Cansados de esperar por soluções mais ágeis, moradores de bairros periféricos de Campo Grande têm ajudado o poder público a sinalizar, de forma improvisada, os problemas recorrentes no trânsito da cidade. Usando de criatividade, na hora do auxílio, usam pneus velhos, pedaços de madeira, galhos de árvore e até escrita à mão, para indicar locais que necessitam de reparos.

Na Rua da Divisão, no Jardim Parati, região sul da Capital, duas situações chamam atenção. A primeira é o galho de árvore que indica perigo para quem segue sentido bairro e precisa desviar do bueiro com a tampa avariada; a segunda, na interseção com a Rua Antônio Estevão de Figueiredo, no sentido Centro, próximo ao meio-fio, uma haste de madeira com uma "bandeirinha" vermelha fixada na ponta alerta sobre o risco oferecido pela boca de lobo totalmente aberta.

A sinalização foi colocada pelo comerciante Francisco Ricardo Nogueira, 60 anos, que trabalha com produtos artesanais em MDF (material derivado da madeira), após uma pessoa de carro se acidentar ao cair no buraco, na tarde de quarta-feira (24), sem maiores gravidades.

“Já faz aproximadamente duas semanas que essa boca de lobo está aberta e nada foi feito pelo poder público. Como percebemos que o risco estava aumentando, com na situação de ontem, resolvemos sinalizar para não ocorrer novamente”.

Na mesma região, no Bairro Guanandi, um pneu velho foi a saída encontrada para mostrar que o buraco na pavimentação, do cruzamento entre as ruas Jatobá e Guaraí, pode provocar acidentes.

No Aero Rancho, a engenhosidade curiosa fica por conta da escrita a pinceladas, que informa o nome da Avenida Graça Aranha, esquina com a Bueno. A reportagem procurou saber sobre o artista, porém não o encontrou. No início deste ano, a mesma avenida foi alvo de protesto de moradores por não haver sinalização vertical de parada obrigatória ao longo da via.

Na Avenida Ernesto Geisel, próximo à Rua Bom Sucesso, são os pedestres e usuários do transporte público que precisam redobrar os cuidados, além do mato alto que impede a locomoção pela calçada, há também pneus sobre a caixa coletora próximo ao ponto de parada de ônibus.

Já na região central da Capital, a situação muda um pouco, na Avenida Ricardo Brandão com Rua Dona Levinda Ferreira, um buraco aberto ao lado de uma tampa da rede de esgoto passava por reparos. No local, equipes da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e funcionários da empresa concessionária de água e esgoto adiantavam os serviços.

No momento do flagra da reportagem, às 11h30 de quinta-feira, apenas uma das pistas estava liberada e sem congestionamentos.