Trabalho para evitar inundações em barracos deve terminar nesta sexta
O trabalho de rebaixamento e compactação das vias do loteamento Teruel II, onde estão parte das famílias transferidas da antiga Cidade de Deus, deve ser concluído nesta sexta-feira (17), segundo informou a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos).
As casas foram construídas abaixo do nível da rua, conforme informou a secretaria, o que contribui para as inundações. Segundo os moradores, em dias de chuva a situação ficas difícil porque os barracos ficam todos alagados.
Para o vigilante Leandro Andrade, 29 anos, a expectativa é que com o trabalho que está sendo realizado as famílias tenham mais tranquilidade nos dias de chuva. “Fica muito difícil para resolver a situação, agora esperamos que fique melhor”, disse.
Por diversas vezes o Campo Grande News visitou o loteamento. São inúmeras as histórias de famílias que relataram precisar cobrir-se com lona em dias de chuva para tentar dormir. No dia 28 de dezembro do ano passado, a reportagem constatou que após a chuva poças são formadas e na falta de espaço para lazer, as crianças brincam nos locais, enquanto dentro dos barracos, segundo os adultos, a convivência com animais peçonhentos torna tudo mais difícil. Há relatos de captura de lacraias e escorpiões.
Reivindicação – O rebaixamento das vias foi uma das reivindicações dos moradores, que na segunda-feira (13) protestaram contra a demora na conclusão das obras das casas. Os moradores bloquearam a BR-262 em trecho próximo ao aterro sanitário do Bairro Dom Antônio Barbosa.
No dia seguinte, a Emha (Agência Municipal de Habitação) acordou com os moradores que cada família será responsável por concluir a obra da própria casa, com auxílio técnico oferecido pelo município. O município busca parceria com o Governo do Estado para a aquisição do material necessário.
Histórico - Em março completa um ano que a prefeitura transferiu 314 famílias da favela Cidade de Deus, próximo ao Dom Antônio Barbosa, para áreas no Bom Retiro, região da Vila Nasser; Canguru; Teruel II e Vespasiano Martins.
À época, a ONG Morhar foi contratada para conduzir a construção de casas, no sistema de mutirão assistido. Nas três primeiras áreas o trabalho foi interrompido, as famílias continuam morando em barracos e vivendo em condições precárias. Apenas no Vespasiano Martins as casas foram parcialmente finalizadas. O contrato com a ONG está sendo auditado.