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Capital

Trad desenterra projeto do irmão de levar secretarias à antiga rodoviária

Prefeito se reuniu com representantes do local, desativado há sete anos, e prometeu mudanças para os próximos meses

Alberto Dias | 06/02/2017 19:13
Inagurado em 1976, Centro Comercial agoniza há quase uma década. (Foto: Alcides Neto)
Inagurado em 1976, Centro Comercial agoniza há quase uma década. (Foto: Alcides Neto)

Representantes dos poucos lojistas que restam no prédio da antiga rodoviária procuraram o prefeito Marquinhos Trad (PSD) para discutir um problema antigo: mudar a realidade do local que já abrigou comércio de elite, dois cinemas e terminais de ônibus. Em seu gabinete, Trad renovou a esperança de quem ainda insiste em ganhar dinheiro em uma região que se tornou uma espécie de "cracolândia", onde não são raros crimes como furtos, roubos e agressões.

Ao Campo Grande News, o prefeito adiantou que "haverá novidades nos próximos meses", inclusive no que tange a possibilidade de instalar ao menos duas secretarias ou autarquias municipais no prédio, que ainda carrega o imponente nome de Centro Comercial Terminal do Oeste. A pretensão, ao levar serviços para lá, é atrair público e, consequentemente, novos investidores. Questionado sobre os possíveis postos e serviços a serem migrados, Trad mostra-se cauteloso, mas aponta que mudanças acontecerão ainda no primeiro semestre.

Para a presidente da associação dos lojistas, Heloísa Cury, a "esperança" é que Marquinhos siga com o projeto de revitalização elaborado na época em que o prefeito era seu irmão, Nelsinho Trad (PDT). "Passaram as gestões, inclusive de (Gilmar) Olarte e (Alcides) Bernal e tudo continua igual", reclama Heloísa, que também é proprietária de parte do prédio e há anos defende a revitalização do complexo com cerca de 200 salas e até estacionamento subterrâneo, além de ótima localização, na região central de Campo Grande. 

Aos fundos, o que era o terminal de transbordo do transporte coletivo atraiu moradores de rua. (Foto Alcides Neto)
Aos fundos, o que era o terminal de transbordo do transporte coletivo atraiu moradores de rua. (Foto Alcides Neto)

Os locatários apontam falta de segurança e presença de moradores de rua que vivem nos arredores do antigo terminal de transbordo, localizado ao fundo do prédio, "e usam o espaço para jogatina e consumo de drogas". Embora a propriedade seja particular, a parte do terminal ao fundo é da prefeitura, considerada "uma área pública desguarnecida que atrapalha o destino do Centro Comercial". Segundo eles, o problema é crônico e "só piora" desde que a rodoviária foi desativada, em 31 de janeiro de 2010.

O espaço já foi requisitado pela Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e cogitado para abrigar unidade da Uningá (Centro Universitário Ingá). Outras propostas ainda incluíam a instalação de uma incubadora dekassegui; restaurante popular; central de atendimento do Tribunal de Justiça; da Câmara Municipal; camelódromo; pólo de confecção e até shopping popular. Nada saiu do papel. O que restou foram goteiras em um prédio deteriorado e escuro, além de paredes pichadas sobre uma história enterrada no passado.

Em 2016, durante a campanha eleitoral, Heloísa Cury procurou os candidatos buscando compromissos "por escrito para tocar o projeto de revitalização que já existe". Na ocasião, também participou dos encontros o diretor de Segurança dos Correios, Marcio Nei, que revelou diversos crimes flagrados pelas câmaras de segurança da Central de Entrega de Encomendas dos Correios, localizada aos fundos do prédio, frente ao antigo terminal de transbordo do transporte coletivo, que hoje abriga apenas trailers de lanches.

Considerando apenas os funcionários dos Correios, são 300 pessoas, somadas a quem ainda trabalha nos quase 50 espaços ocupados no prédio. Ali também atuam alguns guardas municipais. Porém, apesar de o prédio da antiga rodoviária abrigar um posto da Guarda Civil Municipal, muitos evitam passar por ali, especialmente durante a noite, devido à aglomeração de usuários de drogas, moradores de rua e de gente de todo canto que ainda se hospeda nos hotéis, em geral baratos, espalhados pelo entorno das ruas que há 40 anos alinhava um próspero comércio, no ainda estado de Mato Grosso.

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