Trio suspeito de balear motorista da Uber levaria carro ao Paraguai

Policiais militares prenderam, na tarde desta segunda-feira (24), três suspeitos pelo assalto ao motorista da Uber, de 38 anos, que foi baleado durante o crime, na madrugada de domingo (23). A prisão ocorreu por volta das 14h, no condomínio Margarida, próximo ao Jardim Carioca, na Capital, onde estava o carro do motorista, que foi recuperado.

De acordo com informações do delegado da Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos), Gustavo Ferraris, estão presos duas mulheres de 30 e 20 anos, e um rapaz de 27 anos. O trio não terá a identificação revelada, pois está sendo ouvido na delegacia e, a princípio, nega que tenha praticado o assalto.

A prisão foi feita por agentes da Força Tática da 5ª CIPM (Companhia Independente da Polícia Militar), que desde o início da manhã estavam em rondas pelo condomínio, a espera de uam oportunidade para abordar o veículo. "Logo que chegamos ao local, vimos o veículo, mas os policiais precisavam ter certeza sobre quem estava com o carro, então esperamos que entrassem no veículo para fazer a abordagem", conta a tenente da PM, Fabrícia Flores.

Os suspeitos serão autuados por receptação, já que não confessam roubo e tentativa de homicídio, mas disseram que estavam "guardando" o carro para levá-lo ao Paraguai. "Não descartamos a possibilidade de uma associação criminosa, já que neste tipo de ação, cada pessoa tem uma função pré-determinada, portanto vamos investigar para saber qual a real participação deste trio no crime", disse o delegado.

Crime - O caso ocorreu por volta de 1h30 deste domingo (23), no cruzamento da Avenida Júlio de Castilhos com a Rua Flamengo, na Vila Almeida, região oeste de Campo Grande. A vítima foi encaminhada para a Santa Casa e está com quadro clínico estável.

De acordo com informações do motorista, que preferiu não se identificar, ele estava indo atender a chamada de uma mulher na Vila Almeida, quando foi abordado por dois homens em uma motocicleta.

“Quando cheguei na rua, diminui a velocidade para encontrar o endereço como faço sempre. Eles (assaltantes) chegaram por trás, já batendo no vidro, mandado que eu abrisse a porta”, diz.

Como os motociclistas estavam armados, o motorista disse que parou o carro e um deles entrou e sentou no banco do passageiro, o ameaçando com a arma, enquanto o outro seguiu na moto.

Dentro do carro, o assaltante teria tirado o capacete e colocado próximo ao câmbio do veículo, entre os bancos do motorista e passageiro. Em seguida, pegou o celular do Uber e fez uma ligação em que disse: “já estamos com a viatura e a vítima aqui dentro”.

Depois disto, o bandido teria ordenado ao motorista que lhe entregasse a carteira. O rapaz disse que apesar do objeto estar no painel do carro, fingiu que estava no bolso, e aproveitou para soltar o próprio cinto de segurança. Mas, logo explicou ao criminoso que havia se enganado, e que o documento estava na parte da frente do carro.

“No momento que ele pegou a minha carteira para colocar no bolso, vi que era minha hora de fugir, porque ele deixou a arma no colo, então abri a porta e pulei”, relembra.

O motorista afirma que correu para dentro de um bar, que fica no final da Avenida Julio de Castilho, e se escondeu atrás de uma mureta, para que não fosse atingido por mais tiros. “Só senti minha camisa estremecer”, revela.

O rapaz é comerciante, trabalha como Uber nas horas vagas para complementar a renda. No assalto, teve a carteira, o celular e o carro, um Voyage prata, com placa NSA-1018, roubados.