Uber estará disponível na próxima semana, prevê associação de taxistas
Dona do aplicativo não confirma previsão para início da operação
O aplicativo de celular da empresa Uber, que conecta motoristas a passageiros interessados em “caronas pagas”, estará disponível na Capital a partir do fim da semana que vem. A informação é do presidente da Assotaxi (Associação dos Taxistas Auxiliares de Campo Grande), José Carlos Áquila, que vai abandonar o táxi para virar motorista autônomo.
Desde segunda-feira (29), no Hotel Deville, representantes da empresa se reúnem com interessados em serem motoristas em Campo Grande. O primeiro encontro reuniu 65 taxistas auxiliares, os que não têm alvará próprio, que ouviram explicações sobre o funcionamento do aplicativo e receberam a promessa de que em um mês as corridas começam na Capital.
De acordo com José Carlos, ao menos 150 auxiliares vão deixar os táxis para se tornarem Ubers. Ele defende que é mais vantajoso para os profissionais, que pagam até R$ 250 por dia aos chamados frotistas – donos de vários alvarás de táxis – para trabalhar.
A Uber cobra percentual das corridas e taxas para cobrir os gastos com telefones, mas o restante fica para os motoristas.
“Não tenho carro, mas vou alugar um. Eles têm convênios com locadoras e mesmo assim é mais lucrativo para a gente”, explicou o presidente da Assotaxi, acrescentando que o prazo divulgado por ele foi o previsto pela empresa durante as reuniões desta semana.
Ele acredita que em duas semanas todos os inscritos na Uber que são taxistas auxiliares devem abandonar o serviço de transporte pago oficial. Na Capital, são cerca de 450 auxiliares.
O que tem feito sucesso em outras cidades é que os condutores dos “táxis pretos” – carros usados pela Uber para diferenciar dos taxis – estão sempre bem arrumados e oferecem, além de veículos novos, alguns mimos aos usuários, como carregadores de celular, wi-fi e água.
Além disso, em geral, as corridas acabam ficando mais baratas pelo fato da conexão motorista-passageiro ser direta. Taxistas são associados a cooperativa e o preço cobrado é tabelado pela Prefeitura de Campo Grande.
Revolta – Por onde passou até agora, o aplicativo deixou um rastro de revolta entre os taxistas.
Nesta semana, segundo informações do site Estado de Minas, um dos participantes do serviço foi atacado por taxistas em frente a um shopping, esfaqueado e teve seu carro depredado. Em São Paulo, no ano passado, os taxistas fizeram manifestações e afirmam que o movimento caiu 45% desde que a Uber chegou.
O Sintaxi (Sindicato dos Taxistas de Mato Grosso do Sul) tenta desde o ano passado barrar a vinda da Uber para Campo Grande e informou nesta semana que se necessário, vai à Justiça contra a implantação do serviço da empresa na Capital.
O presidente do sindicato, Bernardo Quartin Barrios, “a concorrência é desleal”, por isso, a categoria quer que o Poder Público imponha restrições à Uber.
Ele afirma ainda que não pode prever o comportamento dos colegas o aplicativo começar a ser usado e motoristas estiverem realmente trabalhando. “Só posso responder por mim e dizer que o sindicato é contra todo tipo de violência. Mas, não podemos ficar parados para sermos agredidos também. O próprio Poder Público nos agride quando permite que uma concorrência desleal venha se instalar na nossa cidade”, enfatizou em entrevista recentemente.
A Uber confirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a empresa está na Capital “em busca de novos talentos”, mas não confirmou o prazo dado para início da operação na cidade.