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Capital

Últimas barracas são retiradas, após 70 dias de acampamento na Duque de Caxias

Na última fase de mobilização, ficaram cerca de 30 pessoas e 9 barracas em frente ao CMO

Lucia Morel e Ana Betriz Rodrigues | 09/01/2023 18:08
Barracas já não fazem parte da paisagem, mas outros materiais dos manifestantes seguem sendo retirados. (Foto: Alex Machado)
Barracas já não fazem parte da paisagem, mas outros materiais dos manifestantes seguem sendo retirados. (Foto: Alex Machado)

Depois de 70 dias esperando reverter o resultado das eleições no Brasil, manifestantes contrários à eleição do presidente Lula foram obrigados a deixar a Avenida Duque de Caxias.

As últimas barracas do acampamento dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram desmontadas nesta tarde, em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), onde estavam desde 31 de outubro.

A saída não foi espontânea. Notificação da DEOPS (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social) determinou a desmobilização, depois de ordem do STF (Supremo Tribunal Federal). Coube às polícias estaduais cumprirem a ordem judicial.

A delegada Cláudia Angélica Gerei não falou com a reportagem, mas esteve no local junto com investigadores e a Polícia Militar, que também acompanhava os últimos manifestantes que estavam lá.

Tendas sendo desmontadas em canteiro da Avenida Duque de Caxias. (Foto: Henrique Kawaminami)
Tendas sendo desmontadas em canteiro da Avenida Duque de Caxias. (Foto: Henrique Kawaminami)

O fim da mobilização ocorre cerca de cinco horas após a notificação da delegacia e é resposta aos atos de vandalismo que depredaram prédios dos Três Poderes ontem em Brasília.

Hoje, apenas 30 pessoas e 9 barracas resistiam neste final de acampamento. Ninguém quis falar com a imprensa, pelo contrário, a reação diante dos jornalistas foi bastante agressiva.

Nos mais de dois meses que ficaram no local, uma extensão de cerca de 250 metros da Duque de Caxias se "vestiu de verde e amarelo", com pessoas dizendo lutar pela pátria. Além de muitas repetições do Hino Nacional e orações, os manifestantes mantiveram uma rotina de revezamento, para que sempre houvesse protestos no local.

Também foram várias carreatas e passeatas no tempo que ocuparam o canteiro principal da avenida. Famílias inteiras reforçavam o ato aos fins de semana. Muitos, inclusive, passaram Natal e Ano Novo no local.

Os pedidos eram muitos, começaram pela anulação das eleições e foram até defesa de intervenção militar.

Movimentação intensa no segundo dia de acampamento no CMO. (Foto: Arquivo)
Movimentação intensa no segundo dia de acampamento no CMO. (Foto: Arquivo)


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