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Capital

Vândalos não poupam nem a periferia com onda de pichações

Viviane Oliveira e Helton Verão | 02/04/2013 08:00
Moradora reclama de pichação em casa do bairro (Helton Verão)
Moradora reclama de pichação em casa do bairro (Helton Verão)

Pichar tornou-se comum em Campo Grande. Basta dar uma volta na cidade para ver a quantidade de muros, órgãos públicos, particulares, escolas e portas de comércios pichados com letras disformes. O pior de tudo que não é só na área central, os moradores da periferia também sofrem com o vandalismo que parece não ter fim.

Só no mês de março pelo menos 16 pessoas, entre adultos e adolescentes, foram parar na delegacia por conta deste tipo de crime, que vem ganhando repercussão na cidade por causa do aumento dos locais pichados.

Muitas vezes imóveis que ainda estão em construção aparecem pichados ou até mesmo aqueles que estão prontos para vender. No geral, são escritas frases de protesto ou insulto, assinaturas pessoais com letras disformes, ou declarações de amor.

A vendedora Márcia Espíndola, de 44 anos, conta que se mudou há 2 meses para uma casa na rua José Garcia Filho, no bairro Oliveira III. A residência estava com a pintura nova, porém em questão de dias o muro amanheceu sujo de tinta spray.

“Isso para mim é vandalismo puro, de quem não tem o que fazer. No momento eu não tenho dinheiro para pintar o muro de novo, mas quando tiver vou pensar duas vezes antes de renovar a pintura”, lamenta.

Na mesma região, a psicóloga Maria Izabella da Silva, de 29 anos, foi alvo dos vândalos duas vezes. Na primeira, ela resolveu passar tinta para limpar o muro. ”Em fevereiro deste ano picharam de novo. É ruim tanto para mim, quanto para o bairro que fica com uma aparência feia”, reclama.

Maria Izabella mora no mesmo lugar desde que nasceu e afirma que de uns tempos para cá essa prática aumentou. “Não sei se vou reformar dessa vez”, disse.

Mensagens sujam cidade e revoltam moradores (Helton Verão)
Mensagens sujam cidade e revoltam moradores (Helton Verão)
Nem repressão da PM inibe marginais (Foto:Helton Verão)
Nem repressão da PM inibe marginais (Foto:Helton Verão)

Os muros das escolas também são alvos. No conjunto União, as fachadas da Escola Estadual Maria Rita de Cássia Pontes Teixeira e da Escola Municipal Professor José de Souza estão completamente rabiscados.

Para a dona de casa Maria de Lurdes dos Santos, de 60 anos, o vandalismo está aumentando e não deixa de ser uma vertente do crime. Segundo ela, os amigos dos bairros Buriti e do Bom Jardim sofrem também com o mesmo problema."Isso para mim é falta de educação", finaliza apontando para o muro pichado de um comércio e de uma escola.

A pessoa que picha patrimônio público ou particular comete crime e pode pegar pena de prisão por dano, dano qualificado ou crime ambiental. A pena para quem picha pode chegar a três anos, além de multa. Lembrando que existe uma grande diferença entre pichar e grafite. Grafite é considerado uma arte de rua e pichação vandalismo.

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