Vizinhos organizam rifa para pagar advogado de mãe presa após queda de bebê

Vizinhos e amigos da mulher de 23 anos, presa na noite dessa terça-feira (12), no bairro Aero Rancho, em Campo Grande, após a filha dela, uma bebê de 4 meses, cair da janela do terceiro andar do prédio onde a família mora, estão organizando uma vaquinha para ajudar a pagar as custas do advogado da jovem e a instalação de redes de proteção nas janelas da residência.

Ao Campo Grande News, uma das moradoras do condomínio, Josevania Eloy de Freitas, contou que a grande maioria dos vizinhos, mesmo com poucos recursos, estão fazendo o possível para ajudar a família. Além disso, um advogado entrou em contato e se disponibilizou em ajudar, mas não passou o valor do trabalho que será realizado. “Eu vou prestar conta de tudo, estou anotando tudo em um caderninho. Não moro no mesmo bloco que ela, estou fazendo isso pra ajudar mesmo”, disse.

Além disso, o valor ajudará a custear a instalação das redes em todas as janelas do apartamento, com objetivo de evitar novos acidentes. Dessa forma, os interessados em ajudar podem realizar a transferência via Pix através da chave CPF 007.720.601-00, em nome de Josevania Eloy de Freitas.

O caso - O acidente aconteceu na noite desta terça-feira (12), depois que a mãe saiu de casa e deixou as três filhas - de 4 meses, 3 e 7 anos - sozinhas. "Com o objetivo de acalmar a bebê, a criança de 7 anos subiu na cama com ela no colo para ver a janela e a deixou 'em pé'. Em determinado momento no parapeito, a criança empurrou com os pés a irmã, coisas que bebês fazem, e como estavam em cima da cama sem equilíbrio, foi o suficiente para ela cair ao solo", explicou o delegado Gabriel Desterro.

Quando a polícia chegou, a mãe já estava com a bebê no Hospital Regional, primeira unidade para qual foi levada com ajuda de vizinhos do condomínio. Na sequência, a vítima foi encaminhada para a Santa Casa em estado grave.

A polícia constatou que a mãe deixava as filhas sozinhas com frequência. "Sai para fazer as coisas dela e deixa as crianças sozinhas. Questão de horas muitas vezes", disse o delegado. "Pela análise das testemunhas, exame de local, foi observada uma situação de abandono e um ambiente inapropriado para as crianças", ponderou Desterro.

As irmãs foram acolhidas pelo Conselho Tutelar e a mais velha estava em choque. "Não foram encontrados familiares próximos em um primeiro momento, motivo pelo qual as crianças ficaram com o Conselho Tutelar. A busca pela família próxima continuará pois é preferível ao abrigo institucional", finalizou o delegado.

A mãe acabou presa por abandono de incapaz qualificado pelo resultado lesão corporal de natureza grave - sem fiança. Ela deve ser encaminhada para audiência de custódia nesta quinta-feira (14).

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