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Capital

Bebê caiu de prédio no mesmo condomínio onde criança de 3 anos morreu afogada

"Parece que estou vendo a mesma tragédia", diz moradora de condomínio

Por Dayene Paz e Antonio Bispo | 13/12/2023 10:05
Corpo de José foi encontrado na bacia de contenção (sumidouro) do condomínio (Foto: Kisie Ainoã)
Corpo de José foi encontrado na bacia de contenção (sumidouro) do condomínio (Foto: Kisie Ainoã)

"Parece que estou vendo a mesma tragédia, mas só que essa foi pior, porque eu vi a criança no chão". A fala é de Valquíria Andrade Bernardes, de 47 anos, moradora do Condomínio Residencial CH8, localizado no Bairro Aero Rancho, em Campo Grande, após a queda de um bebê de quatro meses do terceiro andar do prédio, na noite desta terça-feira (12).

Em abril do ano passado, uma criança de 3 anos morreu afogada em bacia de contenção ao lado do residencial. O pequeno José desapareceu no fim da tarde do dia 15 de abril após ir para o parquinho, onde permaneceu por cerca de duas horas. Durante esse intervalo, a mãe cuidava da criança pela janela, mas teve que dar banho em outro filho, de 8 anos, que tem microcefalia e precisa de cuidados especiais.

Quando foi buscar José para que ele tomasse banho, não o encontrou. O Corpo de Bombeiros encontrou o corpo ao cutucar a área de água, de 1,5 metro de profundidade, com uma vara. O garoto teria ido em busca de uma pipa, que também estava na bacia de contenção.

Um ano e oito meses depois, mais uma tragédia no condomínio. Ontem, uma mãe saiu de casa e deixou as três filhas sozinhas, de 4 meses, 3 e 7 anos de idade. Ao tentar acalmar a bebê, olhando pela janela do prédio, a irmã mais velha se desequilibrou da cama e a criança caiu do terceiro andar. Os ferimentos são graves e a bebê está internada na Santa Casa.

Equipe da Perícia Criminal faz diligências no local do acidente. (Foto: Osmar Daniel)
Equipe da Perícia Criminal faz diligências no local do acidente. (Foto: Osmar Daniel)

"É dolorido. Eu tenho vontade de mudar daqui, vender e sair daqui, porque é uma tragédia em cima da outra. Criança é como se fosse uma joia, você não pode tirar os olhos", lamenta Valquíria, que conhecia pouco a família da bebê. "Sempre ela [mãe das crianças] estava aqui tomando tereré, cerveja, mas eu não sabia nem o nome dela", conta.

Valquíria disse que passou na hora do acidente e viu o bebê no chão. "Achei que era um bonequinho, nem imaginava que pudesse ser um bebê, nem no meu pesadelo eu imaginava que era uma criança", lembra. "Não imaginava que ela deixava as crianças sozinhas", completa.

Mães solo - O problema enfrentado por muitas mães é a falta de alguém para ajudar nos cuidados com as crianças. No condomínio citado, existem muitas crianças e mães solo. Segundo os moradores, acaba se tornando comum que os pequenos passem um intervalo sozinhos.

"A gente não esperava isso, mas é um condomínio que tem muita criança e infelizmente, acabam ficando sozinhas. A gente está bem chocado mesmo, mas se coloca no lugar da mãe. Foi um deslize, mas a gente que é mãe sozinha, não é fácil", lamenta a cuidadora, moradora do local, Luciane Maria dos Silva, de 38 anos.

A aposentada Marilete Nunes Loureiro, de 52 anos, conta que ficou triste e assustada com a notícia do acidente da bebê, afirmando que sempre viu a mãe cuidar bem das filhas. Ela também diz que no local há muita criança. "Só acho complicado porque não tinha tela. O síndico tem que exigir uma tela ou multa. Quem tem criança tem que ter", enfatiza.

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