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Capital

Zero obra inacabada e 100% led são próximos desafios na Capital, diz secretário

Marcelo Miglioli faz balanço do 1º semestre de gestão com expectativa de liberação de R$ 540 milhões da Caixa

Por Glaura Villalba | 17/05/2024 16:35
Secretário espera investir quase R$ 1 bilhão em obras de pavimentação e construção civil
Secretário espera investir quase R$ 1 bilhão em obras de pavimentação e construção civil

Em visita à sede do Campo Grande News, o secretário Municipal de infraestrutura e serviços públicos da Capital fez um balanço dos primeiros seis meses no cargo. Marcelo Miglioli explica que depois de entender, diagnosticar os problemas e organizar a pasta, hoje, já tem o domínio da Secretaria e fechou um plano de ação em três frentes.

“Não dá pra gente tocar uma cidade como Campo Grande, uma capital que está em transformação, vai chegar uma rota bioceânica aí, olhando só para o dia a dia de tapa-buracos e manutenção de vias. Então, nós fizemos um planejamento a curto, médio e longo prazo.”

Curto prazo - O Secretário explica que no curto prazo concentrou esforços em duas vertentes: manutenção (que inclui tapa-buracos, manutenção de vias não pavimentadas, a parte de manutenção elétrica e de limpezas urbanas) e pavimentação.

“Nós estamos fazendo um trabalho forte na parte de cascalhamento. Não dá mais para ficar só com patrolamento. Semana passada, por exemplo, nós fizemos um mutirão no Jardim Noroeste e na Chácara dos Poderes. Em uma semana, nós encascalhamos 15 km de vias. Agora, essa semana, nós estamos na região do Segredo, no Jardim Colúmbia e Nova Lima. Já fizemos várias ruas no Nova Campo Grande e estamos com uma equipe trabalhando lá. Depois que você faz o encascalhamento, a manutenção fica mais fácil”, explica.

Funcionário troca sistema tradicional por tecnologia de led em poste da Capital. (Foto: Arquivo)
Funcionário troca sistema tradicional por tecnologia de led em poste da Capital. (Foto: Arquivo)

Ainda dentro da agenda de curto prazo, o secretário cita licitações na área de pavimentação que estavam com problemas. “Vamos licitar aí, algo em torno de 400 milhões”, e obras na parte de construção civil também, ocmo reforma dos terminais de ônibus.

A ideia, segundo ele, é trazer para o município o mesmo programa que implementou no governo estadual, o Obra Inacabada Zero. “A obra mais cara para a população é aquela que não termina”, justifica.

Na lista de nova licitações ele cita obras emblemáticas. "Nova Lima lote C2 e D, para que a gente possa fechar o complexo do Nova Lima. Hoje nós temos uma situação que é inadmissível, como por exemplo, aquela da Marechal Deodoro e da Guinter Hans, na saída de Sidrolândia, nós estamos licitando. Nós temos que concluir aquela obra que foi iniciada e não foi terminada daquele lote da Ernesto Geisel"

Iluminação led, solar e corredores de transporte são prioridades para Secretaria
Iluminação led, solar e corredores de transporte são prioridades para Secretaria

Luz de led - Na área de iluminação pública, além dos cuidados com a manutenção, o secretário planeja cumprir uma meta ambiciosa: “Nós estamos com um grande programa de iluminação. A ideia é chegar ao final do ano com a iluminação da cidade de Campo Grande 100% led e isso inclui praças e campos de futebol. Isso oferece qualidade de vida e de lazer para as pessoas e está sendo muito bem recebido pela população.”

Além do led, ele faz questão de citar também a mudança para iluminação solar em algumas avenidas importantes da cidade.

“Estamos começando, semana que vem! Com isso a gente vai melhorar eficiência e economicidade, sem contar que a solar é uma energia limpa. E esse material que nós estamos tirando das avenidas, nós vamos aproveitar para esse programa que estamos fazendo de tornar a cidade 100% led, sem desperdício.”

Para um segundo momento, o secretário diz que tem concedido todas as autorizações necessárias para que a Energisa possa fazer redes pontuais onde ainda não há iluminação, para que a cidade tenha cobertura total.

Em março, equipe da Caixa Econômica esteve em Campo Grande, reunida com a prefeita Adriane Lopes. (Foto: Arquivo)
Em março, equipe da Caixa Econômica esteve em Campo Grande, reunida com a prefeita Adriane Lopes. (Foto: Arquivo)

Dinheiro para pavimentar - Sobre o programa de pavimentação, Miglioli vive um momento de expectativa. “Cerca de 20 dias atrás, nós entregamos uma carta consulta para a Caixa e a própria Caixa disse que, provavelmente, até o final do ano, no mais tardar, começo do ano que vem, a gente estará assinando o contrato de R$ 540 milhões só para pavimentação urbana", afirma. Durante uma visita à cidade, a Caixa já se mostrou favorável à liberação da verba, diz o secretário.

"Estamos muito otimistas! Então a gente pega o que a gente já está licitando, que vai dar em torno de R$ 400 milhões em obras, com mais um pacote desse de R$ 540 milhões, nós já estamos falando aí de, praticamente, R$ 1 bilhão”, contabiliza ele.

Antiga rodoviária de Campo Grande é uma das obras com dificuldade de avançar. (Foto: Arquivo)
Antiga rodoviária de Campo Grande é uma das obras com dificuldade de avançar. (Foto: Arquivo)

Além de novos projetos, o atual secretário de infraestrutura também assumiu uma herança. São várias as obras encalhadas há décadas na Capital, além de reclamações sobre problemas crônicos, como falta de manutenção de espaços públicos.

Antiga rodoviária - Um dos desafios de quem assume a prefeitura é acabar com o segue e para da obra da antiga rodoviária da Capital. O secretário explica que “houve um problema na concepção do projeto e isso foi anterior à minha chegada. A obra ficou praticamente parada por nove meses, porque teve que refazer o projeto de licitação. Hoje a obra está sendo tocada com normalidade.”

Como o prédio apresenta uma situação mista, com os dois extremos do poder público e o meio privado, o secretário explicou que, das partes que competem ao município, na ponta que era o antigo terminal de embarque e desembarque, vão funcionar a Fubtrab e a Guarda Municipal. Na outra ponta, será construída uma pista coberta e um espaço para eventos.

Escada em obra abondonada do que seria a nova roviária e hoje é projeto de Centro de Belas Artes. (Foto: Arquivo)
Escada em obra abondonada do que seria a nova roviária e hoje é projeto de Centro de Belas Artes. (Foto: Arquivo)

Centro de Belas Artes - “Chegamos a um consenso que não dava para continuar aquela obra, da forma como estava", comenta Miglioli sobre um dos gigantes abandonados na cidade, sem solução há décadas.

"Eu tomei a decisão de rescindir o contrato. Algumas pessoas não concordaram e eu banquei a crítica. Fizemos todo um novo planejamento com atualização de preços e hoje o projeto está na CECOMP e eu acredito que agora, a gente consiga ter êxito para a finalização do Belas Artes.”

Pichações em fachada do Horto Florestal em Campo Grande. (Foto: Arquivo)
Pichações em fachada do Horto Florestal em Campo Grande. (Foto: Arquivo)

Horto Florestal - O aspecto de abandono do Horto Florestar é reclamação recorrente de leitores do Campo Grande News. Mas o secretário de infraestrutura ressalta que muita gente confunde manutenção com revitalização. “Nós fizemos algumas correções no gradil, uma correção geral na parte de iluminação, nós fizemos a manutenção de roçada. Agora, as pessoas podem pleitear e está na agenda da prefeitura a questão da revitalização que é diferente de manutenção. Está no nosso radar mas tudo o que é feito no poder público, tem uma questão burocrática", justifica

Segundo ele, os processos ficaram muito mais complicados. "Nós temos uma nova lei de licitação em vigência e isso está travando muitos entes públicos e nós temos aí, 50...40 licitações para soltar nessa lei nova. O Horto Florestal está na agenda e nós vamos avançar nele. Agora, precisar ter um pouquinho de paciência. O que algumas pessoas chamam de manutenção, nós chamamos de revitalização. Aí já não dá pra fazer com equipe própria. Requer projeto, orçamento, processo licitatório, requer uma contratação, e isso não se faz da noite para o dia.”

Cemitério Santo Antônio, um dos administrados pela prefeitura. (Foto: Arquivo)
Cemitério Santo Antônio, um dos administrados pela prefeitura. (Foto: Arquivo)

Cemitérios municipais - Sobre a situação dos cemitérios municipais, o secretário reforça que a equipe de gerenciamento já foi trocada, depois de muitas queixas de furtos. Ele aponta que um dos problemas nesse caso também é o vandalismo.

“E aí tem a contrapartida da população. Quando a gente fala de parcerias público-privadas, as pessoas têm aquela visão de grandes projetos, projetos megalomaníacos... mas nos cemitérios também existe essa relação e nos cemitérios nós vamos fazer essa separação. O apelo é para que os moradores sejam atuantes no que diz respeito ao cumprimento dos deveres de cuidar e preservar esses espaços".


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